Mesmo com descontentamento de prefeitos, Famurs orienta os municípios a seguirem regras do decreto estadual

Entidade buscará diálogo com o governo estadual para rever critérios da definição das bandeiras

Foto: Divulgação / Famurs

O vice-presidente da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e prefeito de Taquari, Maneco Hassen (PT), disse, em entrevista à Rádio Guaíba nesta segunda-feira, que a entidade apoiará todas as decisões do governo do Estado que tenham como base critérios científicos. Na visão de Hassen, o descontentamento das prefeituras atingidas pelas regras de restrição é natural. Entretanto, mesmo com as reclamações, a Famurs seguirá orientando os municípios a seguirem as regras estabelecidas pelo governador Eduardo Leite.

“O que a Famurs vai fazer é o que vem fazendo desde o início: dialogar com os municípios, Ministério Público e governo do Estado. A entidade, de forma alguma, vai incentivar o descumprimento de normas. O caminho agora é cumprir o decreto e estabelecer o diálogo”, afirma o prefeito.

Hassen reconheceu que a preocupação dos prefeitos é legítima devido às dificuldades financeiras que as cidades gaúchas estão enfrentando. O prefeito de Taquari criticou o governo federal por não ter uma diretriz no combate à pandemia, mas ressaltou que ao menos no Estado há um método adotado para superar a crise. O representante da Famurs confirmou também que irá buscar junto ao executivo estadual discutir os critérios e os indicadores que balizam as bandeiras adotadas no distanciamento controlado. Um dos indicadores criticados pelos gestores municipais é o que se refere ao número de leitos de UTIs disponíveis.

“Evidentemente a situação tende a se agravar, infelizmente, nesse período de inverno. O caminho é muito diálogo e muita paciência. Nós incentivarmos a desobediência e a disputa não é salutar”, afirma.

A partir desta segunda-feira, 116 cidades gaúchas localizadas nas regiões de Caxias do Sul, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana passam a restringir atividades econômicas em razão da bandeira vermelha, que corresponde a risco alto para a Covid-19.