“Arroubos” do governo federal causam prejuízos às universidades, afirma reitor da UFSM

Paulo Afonso Burmann, celebrou a decisão do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre de devolver a Medida Provisória 979

Foto: Divulgação/UFSM

O reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Afonso Burmann, celebrou a decisão do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, de devolver a Medida Provisória 979 ao Palácio do Planalto.“Foi uma decisão lúcida com respaldo constitucional e, acima de tudo, uma decisão contra uma medida que lesava a autonomia das universidades de todo o Brasil”, afirmou.

A MP editada pelo presidente Jair Bolsonaro dava poderes ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, para nomear reitores de universidades federais. “Esses arroubos do governo já vem causando um prejuízo enorme”, salientou o reitor.  De acordo com Burmann, outro prejuízo de uma escolha, sem o processo democrático costumeiro, seria gerar o “afastamento da comunidade local e acadêmica”.

Na visão do reitor, a MP representava “um ataque à democracia das instituições”, que acaba tirando o foco das ações da população no enfrentamento à Covid-19. “No meio desta crise de tanta dor e sofrimento, nós ainda temos esses arroubos que mudam o foco do envolvimento das pessoas ao coronavírus”.

A UFSM está realizando pesquisas na área da saúde mental, em meio à pandemia, para compreender os efeitos psicológicos do coronavírus nas pessoas. A meta é auxiliar na tratativa dos danos pós-traumáticos da Covid-19 como, por exemplo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. “O objetivo é mudar a rotina de abordagem, trabalhar uma produção de terapia”, esclarece.

O reitor ressaltou que todas as classes sociais e econômicas são afetadas mentalmente, mas “os menos favorecidos, que possuem as menores chances de enfrentamento à doença, são as mais atingidas”, lamentou.