Estado prevê quitar salários de abril nesta terça caso socorro federal entre cedo

Após vencer essa folha, o desafio vai ser programar os pagamentos referentes a maio

Foto: Marcos Santos / USP Imagens / CP

Caso o socorro do governo federal a estados e municípios ingresse cedo, nesta terça-feira, nos cofres do Tesouro Estadual, a Secretaria da Fazenda promete quitar, ainda no mesmo dia, a folha do funcionalismo referente ao mês de abril. O atraso já chega a 40 dias. O Executivo gaúcho quitou, até o momento, 73% dos vencimentos, integralizando os salários de até R$ 4 mil.

Se a transferência financeira demorar, a Fazenda calcula pagar os salários de abril, no máximo, na quarta-feira. Em função da demora do Planalto em socorrer os entes federados, o Palácio Piratini colocou como meta liquidar a folha, com recursos próprios, até 12 de junho. Após vencer essa folha, o desafio vai ser programar os pagamentos referentes a maio.

Hoje, ao divulgar o balanço financeiro do 1° quadrimestre, que registrou déficit de R$ 636 milhões, o secretário estadual da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, confirmou que não havia a possibilidade de o Rio Grande do Sul estar com os salários em dia, em junho, mesmo sem a pandemia de coronavírus. “Não estaria totalmente (em dia), mas estaria com um prazo muito próximo. Este é um objetivo permanente e nós já conseguimos muitas vitórias”, calculou.

Em função das incertezas aprofundadas pela Covid-19, o Estado segue impossibilitado de projetar o calendário da folha de maio. Em média, somando ativos e aposentados, o Piratini paga, mensalmente, quase R$ 1,5 bilhão com salários de servidores.

Sobre os recursos da União, o Rio Grande do Sul vai ter direito a R$ 1,9 bilhão, dividido em quatro parcelas.

A promessa de campanha de Eduardo Leite era colocar os salários em dia após o primeiro ano de gestão. Em 2020, a política fiscal adotada pelo Executivo conseguiu achatar em duas semanas o atraso de pagamento da folha. Agora, amarga mais um revés em função da crise gerada pelo coronavírus.