Inquérito sobre agressão a médica em Pelotas deve ser encerrado na semana que vem

Pai de criança recém nascida é acusado de agredir obstetra durante parto no Hospital Escola da Ufpel. Profissional vai ser investigada em processo separado

POLÍCIA
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O inquérito policial sobre o caso de agressão à médica Scilla Lazarotto deve ser encerrado na semana que vem. O caso ocorreu na manhã do último dia 29, no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), quando a obstetra fazia o parto de uma menina. O pai da criança, Wagner Couto, é acusado de ter agredido a médica.

Conforme a delegada responsável pela investigação, Márcia Chiviacowsky, até a próxima terça-feira ela deve enviar o inquérito para a Justiça. “Ainda falta ouvir duas testemunhas, mas devo indicar pelo indiciamento dele por lesão corporal e ameaça. Caso seja condenado, deve cumprir pena alternativa”, disse a delegada.

No mesmo dia em que a Polícia ouviu o acusado, que admitiu ter empurrado a médica após uma discussão, a esposa de Couto, Pâmela Calçada, registrou contra a médica acusando-a de violência obstétrica. “Neste (segundo) inquérito, a investigação deve demorar um pouco mais, pois tenho testemunhas a serem ouvidas, pedir o prontuário da então gestante e outros detalhes”, relatou. A delegada confirmou, ainda, que a médica já teve envolvimento em outras ocorrências sobre violência obstétrica, mas não soube informar se as investigações desses outros casos foram concluídas ou não.

Por meio da advogada Roberta Fernandes da Costa e Silva, o casal disse que está ciente do indiciamento de Couto. “Esperamos que a justiça seja feita também pela Pâmela e que seja averiguada com a mesma urgência, bem como indiciada, a médica acusada pelos abusos”, observou a advogada. Roberta confirmou que um grupo de colegas se organiza, com vítimas da médica, para denunciá-la junto ao Conselho Regional de Medicina (Cremers).

Por meio de nota, o Hospital Escola reiterou que repudia todo e qualquer tipo de violência e informou que instaurou investigação preliminar a fim de apurar os fatos, dada a gravidade do que ocorreu. “O HE trabalha incessantemente no aprimoramento e incentivo de boas práticas obstétricas, seja através de cursos de capacitação, participação em redes de aperfeiçoamento das práticas humanizadas obstétricas e neonatais, seja com investimentos em estrutura para partos humanizados e fisiológicos, sempre buscando garantir não apenas um serviço adequado, mas também uma experiência positiva para a família e o bebê”, cita a nota.

Procurada, a médica enviou nota, por meio das advogadas Sara Cruz e Franzisca Frey, confirmando que respondeu a três processos judiciais na área civil em Pelotas, sendo duas ações julgadas improcedentes. Uma terceira segue em fase de instrução.

Na área administrativa, junto ao Cremers, Scilla garantiu ter sido absolvida por unanimidade. “O caso que vem sendo ventilado nas redes sociais referente ao estado do Paraná teve um desfecho satisfatório para a médica e não apontou sua culpa, tendo o mesmo resultado no Conselho Regional de Medicina do Paraná. Nas cidades de Arroio Grande e Rio Grande não existe qualquer processo em nome da obstetra”, detalha a nota.

Sobre denúncias publicadas em redes sociais, a nota sustenta que serão esclarecidas oportunamente, quando as reclamações forem para a Justiça.