Bolsonaro inaugura hospital em Goiás e diz torcer por leitos vazios

Ao lado de governador do estado, presidente voltou a chamar manifestantes contrários ao governo de marginais e terroristas que querem "quebrar o Brasil"

Foto: Marcos Corrêa / PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou da inauguração do Hospital de Campanha de Águas Lindas, em Goiás, nesta sexta-feira (5) e afirmou torcer para que os leitos fiquem vazios, em referência ao combate da pandemia do novo coronavírus e, consequentemente, da covid-19.

“A gente torce para que pouca gente venha para cá, porque é sinal de que pouca gente precisa de atendimento”, disse o presidente.

Sem máscara, Bolsonaro participou da cerimônia ao lado do governador do estado, Ronaldo Caiado (DEM). Em março, Caiado, que era apoiador de Bolsonaro desde a campanha presidencial, havia rompido com o presidente por divergências sobre o isolamento social.

O presidente reafirmou que as quarentenas impostas nos estados e municípios prejudicam a economia. “O governo federal, apesar dessa pandemia que atingiu o mundo todo, vem trabalhando arduamente para buscar soluções, fazer com que a economia volte a girar o mais rápido possível”, disse.

Para Bolsonaro, o isolamento social provoca o aumento do desemprego e, consequentemente, da violência. “A gente espera que essa questão do vírus se atenue rapidamente”, afirmou Bolsonaro.

Durante o evento, Caiado disse que o hospital está pronto para receber os pacientes. O governador agradeceu a presença do presidente e afirmou que o governo federal muito tem feito pelo estado.

“O governo federal já investiu em Goiás em R$ 1,4 bilhão”, afirmou. O governador citou obras na saúde, emendas aprovadas para Goiás e também a concessão da ferrovia Norte-Sul.

Manifestações de rua

Bolsonaro aproveitou o evento para falar sobre as manifestações marcadas para o próximo domingo. O presidente voltou a chamar de “marginais” e “terroristas” os manifestantes que participaram de atos contrários ao governo federal e pediu que seus apoiadores não saiam às ruas nos mesmos dias em que a oposição.

“Estamos assistindo agora grupos de marginais, terroristas, querendo se movimentar para quebrar o Brasil”, afirmou Bolsonaro, fazendo menção a atos que aconteceram em São Paulo e Curitiba.

Segundo o presidente, os manifestantes não zelam pela democracia. “Geralmente são marginais, terroristas, maconheiros, desocupados, que não sabem o que é economia, que não sabem o que é trabalhar para ganhar seu pão de cada dia e querem quebrar o Brasil em nome de uma democracia que eles nunca souberam o que é e nunca zelaram por ela”, explicou o chefe do executivo federal.

Novo hospital de campanha

A unidade irá atender, exclusivamente, casos suspeitos e confirmados da covid-19 do Distrito Federal. Serão 200 leitos de internação, sendo 190 de enfermaria e 10 de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).