Bolsonaro chama opositores de “marginais” e pede a apoiadores que fiquem em casa no domingo

Em live, presidente e assessor compararam manifestantes a black blocs que saíam às ruas em 2013

Foto: Reprodução/ABr

O presidente Jair Bolsonaro criticou os manifestantes autodenominados antifascistas durante a live semanal transmitida em redes sociais, nessa quinta-feira. “Na verdade, são terroristas. Lamentamos não conseguir tipificar como terrorismo suas ações no passado”, disse o presidente, fazendo referência à Lei Antiterrorismo (13.260), aprovada em 2016.

Bolsonaro voltou a pedir que os apoiadores, que vêm fazendo manifestações a favor do governo quase todos os finais de semana, não voltem às ruas neste domingo, para evitar conflito. “Domingo agora, esse pessoal está marcando um movimento. Eu peço a todos aqueles que nos seguem, nos acompanham, que não participem desse movimento, fiquem em casa, vão pra outro lugar qualquer, e deixem eles mostrarem o que é democracia para eles. Eu não estou torcendo para ter quebra-quebra não, mas a história nos diz que esses marginais, de preto, que vão com soco inglês, punhal, barra de ferro, coquetel molotov, geralmente eles apedrejam, queimam bancos, queimam estações de trem e outras coisas mais. […] Um bando de marginais, muitos ali são viciados, muitos têm costumes os mais variados possíveis que não condizem com a maioria da sociedade brasileira. Eles querem tumulto, querem confronto”, afirmou o presidente.

No último domingo, manifestantes contrários ao governo protestaram na Avenida Paulista, em São Paulo. Após confusão com um grupo de apoiadores do presidente, que também fazia um ato no local, a Polícia Militar interveio. No mesmo dia, ocorreram mobilizações semelhantes no Rio de Janeiro e, na última terça-feira, também houve um ato em Curitiba.

Assessor compara manifestantes a black blocs de 2013

O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, também participou da live ao lado do presidente. Segundo ele, os manifestantes do último domingo, e que já marcaram novas mobilizações para o fim de semana, são comparáveis aos chamados black blocs, que ficaram nacionalmente conhecidos por promoverem uma tática de protesto que incluía depredação de patrimônio, durante a jornada de mobilizações populares em junho de 2013.

“Todo brasileiro conheceu ali em 2013 os black blocs, que foram responsáveis por uma grande arruaça, quebraram tudo, vandalismo, agressão e até mesmo a morte de um cinegrafista, o Santiago [Andrade], da Bandeirantes”, afirmou Martins. O assessor do presidente ainda argumentou que o governo Bolsonaro defende liberdades e menos Estado e que, por isso, não pode ser considerado fascista.