Leite diz em artigo que governo federal tumultua e infla insegurança

Texto do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), foi publicado na edição desta quarta-feira do jornal Folha de S. Paulo

Artigo de Leite foi publicado em seção de debates da Folha de S. Paulo | Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini
Artigo de Leite foi publicado em seção de debates da Folha de S. Paulo | Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

Um artigo do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), foi publicado pela Folha de S. Paulo nesta quarta-feira. O texto está na seção de debates do jornal, que reúne visões de intelectuais, lideranças e autoridades sobre “os problemas brasileiros e mundiais”. O chefe do Executivo gaúcho analisa os efeitos da perda de confiança das pessoas em meio à pandemia de Covid-19.

A análise do governador inicia na avaliação dos efeitos econômicos da crise. Leite observa o comportamento de investidores e consumidores, que se movem “a partir de expectativas e são, portanto, sensíveis a fatores como risco, insegurança e falta de previsibilidade”. Na sequência do texto, o tucano afirma a doença provocada pelo novo coronavírus “espalha doses de irracionalidade a todos os âmbitos da vida da nossa população”. Caberia aos governos, de acordo com Leite, levar o cenário a sério e “injetar ponderação, sobriedade e maturidade” sobre suas atitudes.

Leite critica governo Bolsonaro

Com o nome avaliado em discussões sobre a sucessão presidencial, o governador gaúcho fez críticas ao governo de Jair Bolsonaro. Sem citar o presidente, o Eduardo Leite diz que o Palácio do Planalto age com dubiedade. Depois de elogiar o financiamento de ações de saúde e a promessa de socorro aos estados, o chefe do Executivo estadual afirma que Bolsonaro “anima (…) discursos dispersivos e promove instabilidades no Ministério da Saúde”.

Segundo o governador, “os sinais confusos tumultuam o presente e inflam a insegurança em relação ao futuro”. Eduardo Leite ainda escreve que, por isso, as pessoas acabam perdendo a confiança na capacidade dos governos. “Se as pessoas não observarem a atuação de um governo de forma clara, não adianta dizer à população para que saia de casa e volte a consumir; não adianta convocar a economia para que se reative, porque não haverá clareza a respeito da possibilidade de se voltar a viver uma vida normal”, sustentou.

Eduardo Leite encerra o artigo detalhando o decreto do Distanciamento Controlado, que estabelece protocolos de segurança contra a disseminação do novo coronavírus. O governador pontua não ser possível ainda garantir a eficácia do modelo, mesmo com resultados que avaliou como promissores.