A chacina de Imbé, ocorrida na noite dessa terça-feira com três mortos, está relacionada a um conflito local pelo tráfico de drogas iniciado ainda no final do ano passado. A reportagem do Correio do Povo consultou algumas fontes policiais na região litorânea e apurou que as vítimas, todas com antecedentes criminais, fazem parte de um grupo ligado à facção Os Manos. Por sua vez, os atiradores pertenceriam a um grupo rival que já integrou Os Manos e tornou-se dissidente, associando-se à quadrilha conhecida como Família Mathias Velho, sediada no bairro de mesmo nome em Canoas. Os líderes de cada lado encontram-se recolhidos no sistema prisional.
Na manhã desta quarta-feira, o delegado Alexandre Silva Pereira Souza, respondendo interinamente pela DP de Imbé, confirmou o conflito. Ele adiantou que as investigações incluem depoimentos de possíveis testemunhas e buscas de imagens de câmeras de monitoramento, além do aguardo dos laudos periciais, entre outras diligências. “O mandante já sabemos quem foi”, adiantou. Pelo menos três atiradores participaram diretamente das execuções, mas podem ter mais envolvidos pois um Volkswagen Gol foi visto no local. As imagens do veículo inclusive foram registradas por uma câmera de segurança. Os vários tiros desferidos contra as vítimas foram efetuados possivelmente com pistolas de calibres 9 milímetros.
A chacina ocorreu na rua Cabral, no bairro Novo Nordeste. Duas vítimas foram rendidas na frente de uma residência. Já a terceira encontrava-se no interior da casa e foi levada para fora. Os três indivíduos, sendo que dois de 31 anos e um de 22 anos de idade, foram então mortos na calçada. Acionadas, a Brigada Militar e a Guarda Municipal do Samu compareceram no local junto com uma equipe do Samu. A área ficou isolada para o trabalho do Instituto-Geral de Perícias.
