Imunização natural à Covid pode custar muitas mortes, adverte Teich

Ex-ministro da Saúde considera a descoberta de uma vacina o “melhor cenário” possível para minimizar os efeitos da crise sanitária

Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou que o Brasil está “muito distante” de alcançar um nível de imunidade capaz de controlar os casos de Covid-19.

De acordo com o médico, que pediu demissão menos de um mês após assumir o comando da pasta, se não surgir uma vacina eficaz e o mundo esperar isso – imunidade – acontecer naturalmente, muitas mortes ainda podem ocorrer.

“Os números projetados por pesquisadores para que a sociedade adquira imunidade ao novo coronavírus aponta [sic] que o percentual da população infectada seja acima de 60%. Estamos muito distantes desse número e isso significa que, ou essa imunidade não vai acontecer naturalmente, ou se acontecer vai ser às custas de muitas mortes”, escreveu nas redes sociais, nesse domingo.

Para o oncologista, o desenvolvimento de um medicamento com poucos efeitos colaterais pode ser “uma excelente solução”. Ele ressalta, no entanto, que o mundo ainda não encontrou “nada com esse perfil até o momento”.

Por isso, ele considera a descoberta de uma vacina o “melhor cenário” possível para minimizar os efeitos da crise sanitária e, assim, garantir o controle da doença respiratória no País, que já matou oficialmente 29.314 pessoas e infectou 514.849.

Teich defendeu também a participação do Brasil em estudos clínicos de possíveis vacinas, em andamento em diversos países do mundo. Segundo o ex-ministro, isso aumenta as possibilidades de os brasileiros terem acesso quando uma delas for liberada.

“Essa participação em estudos também abre oportunidade para criação de projetos voltados para produção da vacina no Brasil, tanto para uso doméstico quanto exportação para outros países”, completou.