Brasil recebe dois milhões de doses de hidroxicloroquina dos Estados Unidos

Ministério das Relações Exteriores disse que recebimento é um "demonstração de solidariedade"

Foto: Reprodução / Pixabay / R7

O Ministério das Relações Exteriores informou que o governo dos Estados Unidos entregou ao Brasil dois milhões de doses de hidroxicloroquina, “como demonstração da solidariedade” entre os dois países na luta contra o coronavírus. De acordo com nota divulgada pelo Itamaraty, em breve o país norte-americano também vai enviar mil respiradores para o Brasil.

O comunicado esclarece que a hidroxicloroquina vai ser usada para tratar brasileiros infectados e “ajudar a defender enfermeiros, médicos e profissionais de saúde do Brasil contra o vírus”.

O ministério também anunciou um esforço de pesquisa conjunto entre Brasil e Estados Unidos incluindo testes clínicos controlados, para avaliar a segurança e eficácia da droga, tanto para a profilaxia quanto para o tratamento precoce do novo coronavírus. O desenvolvimento de uma vacina também é objeto desse esforço entre os dois países, conforme ressaltou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no Twitter.

Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu os testes com a hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19 por questões de segurança. Anteriormente, a OMS já havia se manifestado contra o uso do medicamento contra a Covid-19. Originalmente, a droga é indicada para o tratamento de doenças como malária, lúpus e artrite.

Apesar de ser defendida pelos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump como um possível tratamento para Covid-19, segundo a OMS, ainda não há evidências científicas que comprovem o benefício da cloroquina e da hidroxicloroquina contra a doença causada pelo novo coronavírus.

Ainda assim, o governo brasileiro incluiu os medicamentos no protocolo de tratamento para pacientes com sintomas leves de Covid-19, mas alertou que eles podem causar efeitos colaterais como redução dos glóbulos brancos, disfunção do fígado, disfunção cardíaca e arritmias e alterações visuais por danos na retina.

Cabe ao médico a decisão sobre prescrever ou não a substância, sendo necessária também a vontade declarada do paciente, com a assinatura do Termo de Ciência e Consentimento.