Casa Branca é cercada em protesto contra violência racial nos EUA

Sede da CNN também virou alvo de manifestação, nessa sexta

Foto: Reprodução / Twitter

Protestos denunciando a violência policial contra pessoas negras se espalharam pelos Estados Unidos, nessa sexta-feira, transformando vários centros urbanos em palcos de guerra. No início da noite, milhares de manifestantes fizeram depredações em frente à sede da rede CNN em Atlanta, enquanto outros cercaram a Casa Branca, em Washington.

Na CNN, vidros da fachada do prédio foram quebrados inicialmente, assim como carros da polícia. Com a escalada dos ânimos, um rojão caiu no hall de entrada da emissora, provocando grande explosão. Forças de segurança tentaram dispersar a multidão com armas de efeito moral, como granadas de fumaça.

Em Washington, o Serviço Secreto dos EUA ordenou o fechamento da Casa Branca por cerca de uma hora, até a manifestação se dispersar em direção ao Congresso.

Charlotte teve aglomeração em frente a uma delegacia de polícia. Conforme informações da autoridades municipais, várias pessoas foram presas, após arremessarem pedras e objetos contra o prédio.

A onda de protestos atingiu pelo menos dez cidades dos EUA. A morte de um homem negro, identificado como George Floyd, no início da semana, causou a onda de indignação. A divulgação de um vídeo de cerca de dez minutos mostra um policial branco ajoelhado sobre o pescoço de Floyd, mesmo depois de notar que ele já havia perdido a consciência.

Segurança de um restaurante, George Floyd morreu ao dar entrada em um hospital. A cidade de Minneapolis, onde o crime ocorreu, se transformou em zona de conflito desde então.

Nas imagens da abordagem policiais, transmitidas ao vivo pelo Facebook de uma testemunha, Floyd reclama e repete que não consegue respirar, enquanto o policial continua ajoelhado sobre o pescoço dele.

Derek Chauvin vai ser processado por assassinato em terceiro grau e morte imprudente, o que pode render até 25 anos de prisão.

No vídeo, o policial passa pelo menos sete minutos com o joelho sobre o pescoço de Floyd. O agente, de 44 anos, e outros três colegas que participaram da ação foram demitidos no dia seguinte.

De acordo com a polícia, os quatro foram designados para atender a um chamado em uma loja de conveniência às 20h (horário local) de segunda-feira. Floyd, segundo a ocorrência, tentou usar um nota de US$ 20 falsa e resistiu à prisão. Todas as imagens divulgadas até agora, porém, desmentem essa versão.

Nas duas primeiras noites de protesto, os manifestantes incendiaram prédios públicos e saquearam lojas e, na madrugada de quinta, atearam fogo em uma delegacia de Minneapolis.

Em meio ao clima de desordem social, o presidente dos EUA, Donald Trump, insultou os manifestantes, chamando-os de “bandidos”, e incentivou o uso da força para conter os protestos de rua. No Twitter, ele postou uma frase usada nos anos 60 por Walter Headley, chefe de polícia de Miami. “Quando saques começarem, os tiros começam”, escreveu o presidente.

Imediatamente, o Twitter marcou o post de Trump com um alerta, alegando que a mensagem enaltecia a violência. “Este tuíte violou as regras do Twitter por glorificar a violência. No entanto, o Twitter determinou que pode ser do interesse do público que o tuíte permaneça acessível”, justificou a empresa.

Trump e o Twitter iniciaram então um novo capítulo da disputa que marcou a semana, que havia começado com a empresa marcando dois posts do presidente com um alerta para checagem de veracidade.

Furioso, o presidente assinou uma ordem executiva, nessa quinta-feira, que muda as regras de proteção às redes sociais, permitindo que empresas de tecnologia – como Twitter, Facebook e Google – sejam processadas por moderarem publicações de usuários.