Setor petroquímico calcula prejuízo com acidente de navio que suspende içamentos da Ponte do Guaíba

Período previsto de reparos é de dez dias, segundo a CCR ViaSul

Foto: CCR ViaSul / Divulgação

Após um navio colidir com a Ponte do Guaíba, a suspensão do içamento do vão móvel pode provocar prejuízos, sobretudo para o setor petroquímico gaúcho. Segundo o presidente do Movimento Ponte do Guaíba, Luiz Domingues, com a paralisação prevista para durar até dez dias, o Polo Petroquímico pode ter um desfalque de cerca de R$ 1,6 milhão. “Isso com dados de 2014”, reforçou.

Se o içamento continuar suspenso, entre 10 e 15 dias, de acordo com Domingues, isso pode resultar em problemas no abastecimento do gás de cozinha para Porto Alegre e para a região Metropolitana. Caso a situação acabe sendo prolongada por 30 dias, o desabastecimento poderia atingir todo o Rio Grande do Sul.

“A nossa preocupação era que houvesse um problema como esse, estamos temerosos”, enfatizou. Domingues ainda reforçou que a entrega da nova Ponte do Guaíba é urgente.

A CCR Via Sul, concessionária que administra o trecho, informou que as obras para recuperação do pilar atingido tiveram início nesta sexta-feira e as equipes de engenharia vão trabalhar ininterruptamente até que tudo seja concluído.

Embarcação seguiu viagem após acidente
A embarcação que colidiu contra o pilar é de propriedade da Petrosul – Frota de Petroleiros do Sul Ltda -, que trabalha com transporte aquaviário na bacia hidrográfica do Rio Grande do Sul.

Conforme o advogado da empresa, José Augusto Marques, os danos provocados pelo acidente não comprometeram a estabilidade da embarcação, que seguiu viagem para o Porto de Rio Grande para efetuar descarga da carga de farelo de soja que tinha a bordo.

O navio “Piratini” partiu de Canoas, na região Metropolitana de Porto Alegre, em direção a Rio Grande na noite dessa quinta-feira. Conforme Marques, a colisão ocorreu perto das 21h30min e, prontamente, a CCR Via Sul e a Capitania dos Portos receberam o alerta.

Na manhã desta sexta-feira, segundo Marques, uma reunião técnica envolveu engenheiros contratados pela Petrosul e o corpo técnico da CCR Via Sul. Durante o encontro, as partes acordaram que os reparos do pilar serão custeados pela Petrosul.

A empresa ainda não sabe os valores, mas Marques ressaltou que o conserto vai ocorrer durante as 24 horas do dia. O engenheiro contratado, conforme o advogado, é neto do construtor da Ponte do Guaíba. “Trata-se de uma empresa familiar com larga experiência, justamente na construção de pontes”, declarou.

Nenhum tripulante da Piratini ficou ferido e não houve dano significativo na estrutura capaz de comprometer a segurança da navegação.

Marinha do Brasil vai apurar motivo do acidente
Em nota, a Capitania Fluvial de Porto Alegre informou que vai abrir um inquérito administrativo para apurar as causas do acidente ocorrido nessa quinta-feira. Segundo a avaliação de peritos e engenheiros da empresa CCR ViaSul, o pilar atingido necessita de obras emergenciais, de caráter imediato.