Roberto Jefferson provoca Supremo: “orgulho” ser preso por esse “Tribunal do Reich”

Em entrevista à Rádio Guaíba, presidente nacional do PTB disse, ainda. considerar que todos os integrantes da Corte sejam "de esquerda"

Roberto Jefferson. Foto: EBC

O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, afirmou, nesta sexta-feira, que vai considerar um “orgulho” caso venha a ser condenado e preso pela atual composição do Supremo Tribunal Federal (STF). Critico ferrenho da Corte, o ex-deputado federal, que é investigado pela suposta disseminação de notícias falsas sobre os integrantes do STF, admitiu, porém, que vai cumprir a decisão judicial que vier a ser tomada.

“Para esse ‘Tribunal do Reich’, que é este Supremo, ser condenado e preso pra mim é um orgulho. Um orgulho pessoal ser condenado pelo crime de opinião. Eu vou guardar esta condenação e colocar num quadro para mostrar para meus netos e bisnetos”, afirmou.

Em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, Roberto Jefferson ainda provocou os 11 ministros ao afirmar que o artigo 142 da Constituição autoriza as Forças Armadas a destituírem integrantes da Corte. “Se sou eu, já tinha feito a destituição dos ministros. Mandava todo mundo pra casa descansar e cantar a ‘Internacional Socialista’ na frente do espelho no banheiro de casa. Todos do Supremo, homens e mulheres, são de esquerda”, mencionou.

Contudo, o dispositivo mencionado apenas estabelece funções, direitos e deveres dos militares na democracia, rechaçando a possibilidade de ‘intervenção militar’. A declaração de Roberto Jefferson ocorre após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ter autorizado a Polícia Federal a realizar mandados de busca e apreensão dentro do inquérito das ‘fake news’, que apura ofensas e ameaças contra a Corte.

“Estou subindo o tom porque não reconheço moral do ministro Alexandre de Moraes para me apontar o dedo. Ele foi nomeado, desgraçadamente, por um favor político. Eu não vou me render a um homem desses”, criticou o petebista.

Ainda durante entrevista à Guaíba, Jefferson também considerou “infeliz” a declaração do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que defendeu a prisão dos ministros do STF ao xingá-los de “vagabundos”, durante reunião ministerial.

“Se ele (Weintraub) tivesse dito isso de uma tribuna pública, eu faria uma crítica pública contra, mas ele falou em uma reunião secreta. Foi um desabafo infeliz, mas a imprensa está no cio procurando um ‘falo’ para tentar entubar o governo Bolsonaro”, finalizou.