PF pede 30 dias para concluir investigações sobre interferência de Bolsonaro

Ministro Celso de Mello pediu manifestação do procurador-geral da República, Augusto Aras

Foto: Marcos Corrêa / PR / CP

A Polícia Federal (PF) pediu mais 30 dias de prazo para concluir as investigações do inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir no comando da corporação, conforme alegou o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.

Antes de decidir sobre o pedido da PF, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu manifestação do procurador-geral da República, Augusto Aras. Cabe a Aras definir, ao fim das apurações, se denuncia o presidente ou arquiva o caso. A expectativa é que Bolsonaro seja interrogado por escrito no inquérito, ao fim das investigações.

“Trata-se de pedido formulado pela excelentíssima senhora chefe do Serviço de Inquéritos da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal (SINQ/DICOR), dra. Christiane Correa Machado, que requer, com apoio em fundamentadas razões, dilação de prazo (30 dias) para conclusão da presente investigação criminal”, disse Celso de Mello.

“Ouça-se, previamente, o eminente senhor procurador-geral da República, em sua condição de ‘dominus litis’ (titular da ação)”, completou.

A PF abriu o inquérito em abril, a pedido de Aras, após as acusações feitas por Moro ao pedir demissão do cargo. Até o momento, foram tomados depoimentos de políticos, ministros e policiais, e analisado um vídeo, tornado público pelo ministro Celso de Mello, de uma reunião ministerial do dia 22 de abril. Nela, Moro entendeu ter sido ameaçado por Bolsonaro de demissão diante da pressão pelas trocas na PF.

O presidente nega as acusações e disse que o descontentamento se referia à segurança pessoal dele e de familiares.