Presidente do Cpers lamenta que divergências ideológicas tenham prejudicado conversa com o governo

Helenir Schürer chama a atenção para o fato de que muitos alunos da rede estadual não possuem acesso à internet

Helenir Schürer garante respeito ao distanciamento social em manifestações no
Foto: CPERS

A presidente do CPERS, Helenir Schürer, se disse surpresa com a tentativa de o governo do Estado politizar as conversas com os sindicatos que representam os colaboradores da educação. A declaração foi feita na manhã desta quinta-feira (28), em entrevista ao programa Direto ao Ponto da Rádio Guaíba. Segundo Helenir, as “divergências ideológicas deveriam ser postas de lado para que fosse possível todos trabalharem juntos”. A crítica da presidente também se estende ao fato de que “se fala muito sobre a tecnologia na retomada das aulas de forma remota, mas só se fala. Não há investimento na capacitação ou acesso dos professores à ela”.

Schürer, porém, afirma que a decisão de realizar apenas aulas remotas pelo próximo mês foi acertada com o governo. “É o que se pode fazer neste momento, continuar com as aulas remotas, porque ainda não é possível controlar a doença (o coronavírus)”. De acordo com ela, “infelizmente, a pandemia evidenciou totalmente a desigualdade social do nosso país”.

A presidente chama a atenção para o fato de que muitos alunos da rede estadual não possuem acesso à internet e, por isso, não podem assistir as aulas disponibilizadas via web. “O CPERS tem a ciência de que muitos professores estão imprimindo as atividades e as deixando nas portas das escolas para que os pais dos alunos ou eles mesmos peguem os exercícios e conteúdos nesses locais”, relatou. Helenir prevê que a defasagem de conteúdos devido à suspensão das aulas presenciais terá reflexos no currículo do ano que vem.

Sobre a realização da prova do Exame Nacional do Ensino Médio neste ano, que possibilita o acesso dos estudantes ao ensino superior, a sindicalista salientou que “não podemos brincar com a educação e dizer que será a mesma coisa, porque os alunos da rede estadual terão uma defasagem enorme de conteúdo. Nós iremos focar no que é mais importante nesse período em que retornaremos às aulas para que os alunos passam fazer a prova”.