A retomada das aulas no Rio Grande do Sul será, inicialmente, através de ferramentas virtuais. O anúncio foi feito nessa quarta-feira (27) pelo governador Eduardo Leite. A medida gerou questionamentos sobre como as escolas da rede estadual vão viabilizar o ensino remoto. A dificuldade de acesso à internet por parte de alunos, professores e colégios é um dos impasses para garantir o conteúdo à comunidade.
O secretário da Educação, Faisal Karam, explicou que a pasta vai buscar recursos para comprar computadores a fim de equipar as instituições de ensino. “Temos mais de 73 mil equipamentos em perfeitas condições sendo utilizados nas escolas. Mas também temos escolas que não têm equipamentos ou têm difícil acesso ao sinal, a uma rede de internet de qualidade”, ponderou. “Amanhã [sexta-feira] a gente discute, com o setor da Fazenda, recursos para compra de mais equipamentos ao longo destes próximos meses. Não é algo que vai chegar em junho julho na ponta, mas vai chegar ao longo dos próximos meses”, afirmou Karam.
Aulas remotas
Em entrevista à Rádio Guaíba, Faisal Karam ressaltou que o Governo do Estado já trabalhava para disponibilizar, em 2021, as salas de aulas virtuais. Com a pandemia de Covid-19, o planejamento teve de ser antecipado. O titular da Educação falou em “correr contra o tempo” e reconheceu a impossibilidade de atingir toda a rede pública com a medida. “Se não tivermos acesso à tecnologia numa determinada faixa de alunos – que são os alunos indígenas, os alunos quilombolas, os alunos que são especiais -, nós teremos que chegar, pelas coordenadorias e com nossos professores, atendendo o maior número possível”, expôs. “Nós não vamos atingir 100%”, completou o secretário da Educação.
Faisal Karam cobrou uma maior articulação do governo federal para as políticas de Educação no país. O secretário gaúcho lamentou que as medidas sejam adotadas sem amparo da União, na questão de orçamento e na organização do setor. Sobre as ressalvas do sindicato dos professores da rede estadual, o CPERS, o titular da pasta disse ser difícil encontrar um consenso entre todos os envolvidos, citando a iniciativa privada, as entidades de classe e o governo.
