Música movimenta 46 setores econômicos no RS, mostra pesquisa

A cada R$ 100 investidos em música no Rio Grande do Sul, pouco mais de R$ 44 vão para artistas e técnicos envolvidos em eventos

Estudo do Governo do Estado mostra impacto da música na economia | Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil
Estudo do Governo do Estado mostra impacto da música na economia | Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

Um estudo do Governo do Estado mostra o impacto da produção musical na economia do Rio Grande do Sul. A pesquisa foi realizada pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria do Planejamento, em parceria com a Secretaria da Cultura. De acordo com o levantamento, a mão-de-obra na música é marcada pela informalidade. A natureza dos postos de trabalho é mais precária do que a dos empregos formais permanentes. Ainda assim, considerando artistas e equipes de produção, são 64 as ocupações profissionais envolvidas na realização desses eventos no Estado.

No setor de serviços, são 46 tipos de empreendimentos movimentados pelo meio musical. Entre eles, estão os diretamente relacionados a shows e os adicionais, como transporte, hospedagem e alimentação. O pesquisador Tarson Nuñez explica que a economia do Rio Grande do Sul é beneficiada pelos eventos de música. “Geram um grande número de postos de trabalho e também têm efeitos econômicos sobre outros setores de serviços que não são diretamente ligados à cultura”, pontuou. “A manutenção desses eventos contribui para uma diversificação da economia, gerando mercado para novos empreendimentos em diversas áreas” completa Nuñez.

A cada R$ 100 investidos em música no Rio Grande do Sul, R$ 44,50 vão para pessoal (aproximadamente R$ 28 para artistas e R$ 16 para equipes de produção). Outros R$ 36,70 vão para os serviços de divulgação, montagem de estrutura de som e iluminação; R$ 10,60 vão para transporte, alojamento e alimentação; e R$ 8,20 para a administração dos recursos.

Música via LIC

A Lei de Incentivo à Cultura (LIC) é uma das formas de espalhar pelo território gaúcho os benefícios econômicos da cadeia musical. Entre 2014 e 2019, o mecanismo garantiu a realização de eventos, sendo 71,2% deles no interior e 28,8% na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Os projetos viabilizados pela lei geraram 1,8 mil empregos diretos no Estado. “A LIC tem um papel bastante importante na descentralização da cultura”, observou Tarson Nuñez. “Ela garante a subsistência de eventos bastante importantes nas várias regiões”, prosseguiu. O estudo dá sequência aos trabalhos que visam subsidiar a implementação do RS Criativo, programa para fortalecer a economia criativa do Estado.