Entenda as etapas da Covid-19 e como ela age no corpo

Pessoas infectadas pelo novo coronavírus podem ter experiências muito diferentes entre si

Foto: Divulgação /NIAID-RML / R7

Pessoas infectadas pelo novo coronavírus podem ter experiências muito diferentes entre si. Enquanto algumas desenvolvem resfriado leve, outras evoluem para quadros graves, que podem chegar até a morte. A infectologista Sylvia Lemos, da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica que, de modo geral, são três etapas da Covid-19 no organismo.

Estágio 1
No estágio 1, considerado leve, ocorre a infecção inicial. O vírus entra no organismo pela boca ou pelo nariz. A partir daí, ele pode percorrer o caminho até o pulmão, o que é mais comum, ou até o estômago, caso o paciente tenha reflexo de deglutição. Por isso, os primeiros sintomas da doença envolvem tosse ou diarreia.

A infectologista explica que, nesse primeiro momento, o corpo lança uma defesa imunológica padrão, que consiste na liberação da proteína chamada interferon. Ela atua na capacidade do vírus de se replicar, recrutando outras células imunológicas para atacá-lo. A maioria das pessoas consegue eliminar o novo coronavírus ainda nesse estágio.

Estágio 2
No estágio 2, considerado moderado, há o envolvimento pulmonar. Após a defesa imunológica inicial, o corpo lança uma segunda onda de ataque do sistema imunológico, chamada resposta imune adaptativa. Esse processo consiste na liberação de anticorpos específicos contra a doença.

Em alguns pacientes, no entanto, o vírus se replica e se espalha antes que o sistema imunológico o controle. Isso pode acontecer quando o paciente é exposto a uma grande carga viral, que debilita o sistema imunológico.

O primeiro órgão a ser atacado pelo vírus é o pulmão, causando uma inflamação localizada. Com isso, o paciente desenvolve pneumonia viral, com tosse, febre e possível falta de oxigênio no corpo, além de falta de ar e sensação de profundo cansaço, conforme a infectologista.

Estágio 3
O estágio 3, considerado grave, é quando há hiper-inflamação sistêmica. Uma vez que o sistema imunológico não consegue eliminar o vírus, ele pode surtar e começar a reagir exageradamente, produzindo mais e mais proteínas inflamatórias, chamadas citocinas, causando, assim uma inflamação generalizada.

A médica explica que o processo pode resultar em choque, falência respiratória e colapso cardiorrespiratório, o que pode ser fatal. Apenas de 5% a 10% dos pacientes evoluem para esse estágio.