Prefeitura de Porto Alegre nega pedido da ATP e mantém circulação de 12 linhas de ônibus

Associação dos Transportadores de Passageiros afirma que vai continuar prestando serviço, pelos próximos dias, em respeito aos passageiros

Foto: Maria Ana Krack / PMPA

A Prefeitura de Porto Alegre não autorizou a suspensão solicitada pela Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) e disse que irá manter a circulação normal das 12 linhas de ônibus. Ainda na semana passada, a ATP anunciou a suspensão das linhas em função das dificuldades financeiras das empresas em decorrência da pandemia de coronavírus. Entretanto, a entidade decidiu, nesta segunda-feira, postergar a suspensão em respeito aos passageiros, mas na próxima semana deve encerrar o atendimento.

Em nota, a ATP afirmou que já entregou 12 ofícios para A prefeitura desde o início da pandemia, mostrando e comprovando o prejuízo do setor com a queda no número de passageiros. De acordo com a entidade, a perda para as empresas que operam transporte público na Capital já chegam a R$ 46 milhões.

A associação também argumenta que as empresas privadas ainda não receberam nenhum auxílio do governo municipal. Entretanto, a Carris teria recebido um aporta financeiro de R$ 6 milhões.

As linhas que poderão ser atingidas com a suspensão de atendimento por parte da ATP são: 361 CEFER, 255 Caldre Fião, 718 Ilha da Pintada, 705 2 Aeroporto / CEASA, B09 Aeroporto / Indústrias / Iguatemi, 654 Educandário Petrópolis, 473 Jardim Carvalho / Jardim do Salso, 525 Rio Branco / Anita / Iguatemi, 282 Cruzeiro do Sul, 282 1 Pereira Passos, 289 Rincão / Via Oscar Pereira, 2843 B.Velho (S.Francisco) / Rincão / Betão até Azenha.

Em dias úteis, as linhas informadas transportam mais de 15 mil passageiros, o que representa quase 6% da demanda atual do sistema. Seriam 526 viagens a menos por dia durante a semana. Aos sábados a suspensão atinge mais de sete mil passageiros, 5% da demanda do dia e 390 viagens a menos.

Ainda na sexta-feira, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, publicou no Twitter que encaminhou à Câmara de Vereadores no começo deste ano uma série de projetos “para baratear a passagem e tornar o transporte mais acessível”. De acordo com o prefeito, o pacote ainda aguarda votação.

Marchezan disse ainda que a descontinuidade dos serviços é um descumprimento de contrato e que a operação deveria ser mantida. “As empresas não podem tomar uma medida de forma unilateral. Vamos manter a posição de exigir a continuidade e, ao mesmo tempo, estamos preparando alternativas para uma possível interrupção do transporte, inclusive com apoio do Exército”, afirmou o prefeito.