Gasto com coronavírus eleva déficit primário de 2020 para R$ 540,53 bilhões

Se confirmado, esse vai ser o pior resultado da série histórica do Tesouro Nacional, iniciada em 1997

Foto: ABr

A recessão provocada pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus deve elevar o déficit primário para R$ 540,53 bilhões em 2020, divulgou hoje o Ministério da Economia. O valor consta do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, entregue pela pasta ao Congresso Nacional, nesta sexta-feira. Se confirmado, esse vai ser o pior resultado da série histórica do Tesouro Nacional, iniciada em 1997.

O déficit primário representa o resultado negativo nas contas do governo, desconsiderando os juros da dívida pública. No relatório anterior, divulgado no fim de março, a pasta previa rombo nas contas públicas de R$ 161,62 bilhões. Na ocasião, o próprio ministério reconheceu que o número era preliminar e não incluía a perda de arrecadação originada pela contração da economia.

No relatório de março, o Ministério da Economia ainda previa crescimento de apenas 0,02% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) para este ano. Somente na semana passada, a estimativa passou a ser de queda de 4,7% do PIB.

Ontem, a pasta tinha informado que as medidas tomadas até agora pelo governo contra o coronavírus tinham potencial de ampliar o déficit primário em R$ 344,63 bilhões. A nova versão do relatório, no entanto, apresentou piora superior, de R$ 378,91 bilhões.

A diferença deveu-se principalmente ao fato de que os números apresentados ontem não incorporaram os R$ 35,34 bilhões da suspensão do pagamento de dívidas dos estados com a União.