Dirigente do Comitê Olímpico Internacional cita Brasil ao cogitar cancelamento

Coates se referiu a países com dificuldades para controlar a Covid-19

Denis Balibouse / Direitos Reservados

Um dia após o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, admitir a possibilidade do cancelamento definitivo dos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, se não houver controle da pandemia do novo coronavírus, hoje (22) foi a vez do vice-presidente da entidade, John Cotes, afirmar que o evento pode deixar de ocorrer, mesmo com a descoberta de uma vacina contra a doença. Em decorrência da pandemia, a Olimpíada foi adiada para julho de 2021.

A declaração do dirigente, que também preside o Comitê Olímpico Australiano (AOC), foi feita durante debate promovido pelo jornal australiano News Corp. O dirigente mencionou a situação do Brasil para justificar sua opinião. “O primeiro-ministro (o japonês Shinzo) Abe diz que os jogos só podem acontecer em 2021. Não podemos adiar novamente e temos que assumir que não haverá vacina ou, se houver, ela não será suficiente para ser compartilhada em todo o mundo. Temos problemas reais porque temos atletas que vêm de 206 países diferentes. Ontem, houve 10.000 novos casos no Brasil. Pouquíssimos países estão tão avançados para lidar com isso (a Covid-19) quanto a Austrália”.

Até ontem (21), o Brasil registrava mais de 310 mil casos confirmados de Covid-19 e mais de 20 mil mortes. Em todo o mundo, foram registrados mais de cinco milhões de infectados e aproximadamente 334 mil óbitos. Coates considera o mês de outubro decisivo para os organizadores terem uma ideia de como vão planejar a Olimpíada. “Em outubro deste ano, se houver sinais de que ele (o novo coronavírus) está sendo contido, mas não erradicado, então estaremos começando a trabalhar, e estamos nos preparando para isso agora, para os diferentes cenários nos quais o esporte pode ocorrer”.

O dirigente também elencou algumas dúvidas que só poderão ser sanadas nos próximos meses. “Colocamos em quarentena a Vila Olímpica? Todos os atletas quando chegam lá entram em quarentena? Restringimos a presença de espectadores nos locais? Separamos os atletas da zona mista onde a mídia está?. Pode ser uma Olimpíada muito diferente das que estamos acostumados”, concluiu.

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