Paulo Marinho pede investigação sobre suposta devassa em contas em nome dele

Suplente do senador Flávio Bolsonaro se disse perplexo ao ler uma notícia de que estavam demandando informalmente informações sobre sua conta

Paulo Marinho. Foto: Reprodução/EBC

O empresário Paulo Marinho esteve no Ministério Público Federal, nesta quinta-feira, onde prestou o segundo depoimento em dois dias, a respeito das declarações sobre o suposto vazamento de informações sigilosas da Polícia Federal ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) quando ainda era deputado federal, em 2018.

A novidade, como relatou Marinho após o depoimento, envolve um pedido de investigação a supostas devassas feitas em contas bancárias em nome dele.

O suplente de Flávio Bolsonaro se disse perplexo ao ler uma notícia de que informações sobre as contas vinham sendo demandadas informalmente. “Por conta dessa notícia, aproveitei o depoimento que dei agora e solicitei ao procurador que tomasse providências relacionadas a esta notícia, apurasse a veracidade da informação”, afirmou.

Ontem, Marinho havia passado cinco horas na superintendência da Polícia Federal para prestar o primeiro depoimento. O conteúdo das falas e as provas levadas, segundo ele, foram as mesmas nesta quinta.

De diferença ao que relatou no primeiro depoimento, de acordo com o empresário, as falas de hoje foram mais detalhadas: “[O que mudou foi] a riqueza de detalhes e a noção de tempo em que os fatos ocorreram. Além do pedido que deixei aqui, com meu advogado, para que ele desse sequência a essa solicitação minha”.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada no último domingo, Marinho afirmou que um delegado se encontrou na porta da superintendência da Polícia Federal com interlocutores de Flávio Bolsonaro para informar um suposto atraso providencial da operação Furna da Onça a fim de não prejudicar a família Bolsonaro em meio ao período eleitoral de 2018.

Na saída do MPF, nesta quinta, ao ser perguntado sobre a razão pela qual não revelou a informação antes, Marinho disse ter uma resposta para esta pergunta, que só vai ser revelada no momento adequado.

Frederick Wassef, advogado de Flávio Bolsonaro, em entrevista à Record TV, questionou a legitimidade da denúncia de Marinho: “Se esse empresário fez uma afirmação, ele não deveria fazê-la em uma entrevista jornalística. Se ele entende que houve um ilícito, por que ele não foi à época dos fatos e comunicou às autoridades?”

Paulo Marinho ainda afirmou ter recebido ameaças nas redes sociais, mas preferiu não descobrir detalhes. “Não tenho informações da origem dessas ameaças. Estão sempre no âmbito das redes sociais, num tom agressivo. Preferi não tomar conhecimento disso. Meu filho que me informa os detalhes”, comentou.