Hidroxicloroquina e cloroquina até agora não se mostraram eficazes, reitera OMS

Diretor-executivo da OMS, Mike Ryan lembrou, ainda assim, que toda ação soberana pode "aconselhar seus cidadãos sobre qualquer medicamento"

Foto: Reprodução / Pixabay / R7

O comando da Organização Mundial de Saúde (OMS) comentou, no início de uma entrevista coletiva virtual desta quarta-feira, a decisão do governo do Brasil de divulgar um protocolo do Ministério da Saúde que prevê o uso da cloroquina desde os primeiros sinais da Covid-19.

Diretor-executivo da OMS, Mike Ryan lembrou que toda ação soberana pode “aconselhar seus cidadãos sobre qualquer medicamento”, mas acrescentou que “a hidroxicloroquina ou a cloroquina até agora não se mostraram eficazes contra a Covid-19”. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Ryan lembrou ainda que existe o risco de uma série de efeitos colaterais, no uso desses medicamentos, usados para combater o lúpus e a malária, entre outras enfermidades. Além disso, comentou que ocorrem atualmente várias pesquisas para testar potenciais remédios contra o coronavírus, incluindo a cloroquina e a hidroxicloroquina.

Líder da resposta da OMS à pandemia, a epidemiologista Maria Van Kerkhove acrescentou que a entidade também trabalha pela meta comum de se descobrir “qual terapia é segura” no combate ao vírus.

Em declaração inicial na coletiva, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que “preocupa o aumento dos casos de coronavírus em países de renda média e baixa”, mas sem citar exemplos.

SBI pede evidência científica

Mais cedo, a Sociedade Brasileira de Imunologia já havia se declarado contra o protocolo do governo federal, afirmando que o posicionamento “não apenas carece de evidência científica, além de ser perigoso, pois tomou um aspecto político inesperado” e pedindo “bases em evidências científicas sólidas” para esse tipo de decisão.