Bares e restaurantes têm expectativa por decreto de liberação em Porto Alegre

Prefeitura deve publicar regras para funcionamento durante pandemia de Covid-19

Foto: Cesar Lopes / PMPA / Divulgação CP

Um dos setores mais impactados pela pandemia da Covid-19, o de bares e restaurantes aguarda com expectativa o mais novo decreto da Prefeitura de Porto Alegre que deverá permitir o funcionamento destes locais, ainda que de forma reduzida. A publicação deve ocorrer ao longo desta terça-feira. Os estabelecimentos poderão receber até 50% da capacidade de clientes segundo o PPCI de cada lugar.

Até então, os estabelecimentos podiam funcionar na tele-entrega e no sistema “pague e leve”, quando os clientes buscam a refeição no balcão. Um protocolo sugerido pelo próprio setor serviu como base para a provável reabertura. A fim de sustentar uma alternativa viável e segura para a retomada das atividades de restaurantes, bares e lancherias, o Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha) elaborou um estudo que indica uma série de protocolos a serem adotados nos locais, que garantiriam a segurança tanto de trabalhadores como do público quanto à prevenção e combate ao avanço da Covid-19. O documento foi entregue à prefeitura de Porto Alegre no fim de abril.

“Aguardamos ansiosamente essa reabertura como se fosse a chegada de um filho”, contou o presidente do Sindha, Henry Chmelnitsky. Entre as medidas propostas pela entidade, a eliminação de cardápios manuseáveis, redução de itens no menu, utilização de talheres embalados e distanciamento de dois metros entre as mesas. No protocolo da entidade, ainda se previa o uso de máscaras por funcionários e clientes, que só tirariam para se alimentar, disponibilização de álcool-gel na entrada e saídas dos locais e rigidez a quem desrespeitasse essas medidas. “Não pode deixar entrar quem não atender essas regras”, defende Chmelnitsky.

Os cuidados nas cozinhas dos estabelecimentos, já uma obrigação por conta da Vigilância Sanitária, devem ser intensificados. “O nosso estudo se baseia nas bandeiras estabelecidas pelo governo do Estado de Distanciamento Controlado. No caso, essas medidas se referem à bandeira laranja em que nos encontramos agora”, explica o presidente do Sindha. Segundo ele, 4 mil dos 36 mil funcionários do setor foram demitidos na Capital em virtude da pandemia. Solicitado pelo governo estadual, o estudo foi entregue também a vereadores da Capital, a prefeitos de cidades da Região Metropolitana e à Assembleia Legislativa.

O prefeito Nelson Marchezan havia liberado a volta de parte de pequenos empreendedores, autônomos e profissionais liberais. Segundo ele mesmo havia relatado em uma de suas lives, a volta de outros setores seria analisada a partir da evolução da doença na cidade. No dia em que o prefeito se debruçou sobre o decreto, Porto Alegre registrou três mortes por Covid-19, mas, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, este avanço nos números é um reflexo do aumento na testagem.