Justiça autoriza abertura de apenas um frigorífico em Lajeado

Enquanto operações da Companhia Minuano de Alimentos poderão ser retomadas na segunda (18), planta da BRF deverá permanecer fechada em Lajeado

Atividades do frigorífico Minuano devem ser reabertas na segunda (18) em Lajeado | Foto: Divulgação
Atividades do frigorífico Minuano devem ser reabertas na segunda (18) em Lajeado | Foto: Divulgação

O Fórum da Comarca de Lajeado analisou, neste sábado, a situação de dois frigoríficos fechados em razão do surto de Covid-19 na cidade do Vale do Taquari. Em uma decisão da 1ª Vara Cível, foi autorizada a retomada dos trabalhos na empresa Minuano a partir de segunda-feira (18). Por outro lado, a 2ª Vara Cível do município negou a reabertura da unidade da BRF.

Em ambos os casos, o Ministério Público costurou acordos com Minuano e BRF para viabilizar a retomada gradual dos serviços. Juízes diferentes acabaram por analisar os termos firmados entre o MP e as empresas. Lajeado é a terceira cidade com mais casos e óbitos por Covid-19 no Rio Grande do Sul. Dados deste sábado mostram que foram 242 diagnósticos positivos e 23 mortes. Alguns dos pacientes contraíram a doença nos frigoríficos. Mesmo assim, a região obteve avanço nos indicadores do Governo do Estado e recuou da bandeira vermelha para a laranja nas medidas de restrição do Distanciamento Controlado.

Reabertura da Minuano

O juiz Marcelo da Silva Carvalho homologou o acordo firmado entre o Ministério Público e a Companhia Minuano de Alimentos. A empresa deverá cumprir uma série de requisitos para voltar a operar. Todos os funcionários devem ser testados para Covid-19 até o final de maio. O setor de produção deverá funcionar com um número limitado de pessoas.

A Minuano também deverá doar R$ 150 mil para o combate da doença nos municípios da região. A prefeitura de Arroio do Meio deve receber R$ 60 mil; Bom Retiro do Sul, R$ 30 mil; já Cruzeiro do Sul, Taquari e Venâncio Aires vão receber R$ 20 mil cada.

BRF segue fechada

O acordo entre MP e BRF foi negado pela juíza Carmen Luiza Rosa Constante Barghouti. O termo de ajustamento de conduta previa um teto para o número de funcionários trabalhando na planta. Outra ação determinava a doação de R$ 840 mil para o Hospital Bruno Born, de Lajeado, e R$ 360 mil para o Hospital de Estrela.

A magistrada considerou que as medidas de restrição de atividades não garantem a segurança dos trabalhadores. A juíza também questionou os valores previstos em doações, levando em consideração o poderio econômico da BRF. O comando do Ministério Público Estadual confirmou que vai recorrer da decisão em segunda instância, acionando ao Tribunal de Justiça.