Bolsonaro exige uso da cloroquina, mas nega que Teich possa ser demitido

Em videoconferência com empresários, presidente reforçou que medicamento seja administrado para pacientes da Covid-19 desde os primeiros sintomas da doença

Foto: Reprodução / Pixabay / R7

O presidente Jair Bolsonaro negou, nesta quinta-feira, que o ministro da Saúde, Nelson Teich, corra o risco de ter o mesmo destino que o antecessor, mas afirmou que exige que a cloroquina seja administrada para pacientes da Covid-19 desde os primeiros sintomas da doença. A declaração ocorreu durante uma videoconferência com empresários promovida pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, no encontro, o presidente também criticou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e cobrou pressão do empresariado contra medidas de lockdown, sobretudo em São Paulo.

O argumento de Bolsonaro é que o Conselho Federal de Medicina já permite que médicos prescrevam a cloroquina para pacientes leves. O protocolo do Ministério, porém, segue recomendações de sociedades médicas e é mais cauteloso: autoriza o uso no SUS apenas para pacientes em ambiente hospitalar. Teich vem sendo cobrado nas redes sociais por apoiadores do presidente para recomendar o uso amplo da cloroquina.

“Estou exigindo a questão da cloroquina agora também. Se o Conselho Federal de Medicina decidiu que pode usar cloroquina desde os primeiros sintomas, por que o governo federal via ministro da Saúde vai dizer que é só em caso grave? Eu sou comandante, presidente da República, para decidir, para chegar para qualquer ministro e falar o que está acontecendo. E a regra é essa, o norte é esse”, disse Bolsonaro.

Apesar da cobrança pública, o presidente negou que haja um processo de “fritura” de Teich, que completa um mês à frente do Ministério da Saúde no próximo dia 17. “Agora, votaram em mim para eu decidir. E essa decisão da cloroquina passa por mim”, justificou.

Bolsonaro disse que o protocolo adotado pelo ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, não pode continuar sendo seguido por Teich. Demitido, Mandetta divergia do presidente sobre medidas de isolamento social e o uso da cloroquina.