Após dupla Gre-Nal, prefeito de Erechim também defende retorno imediato do Ypiranga no Gauchão

Demais times da elite do torneio regional seguem com atividades restritas até que prefeitos revejam decretos quanto à atividade esportiva

Foto: Ricardo Giusti / CP Memória

Com a retomada, nesta terça-feira, dos treinamentos dos atletas profissionais da dupla Gre-Nal, os demais times da elite do Gauchão vivem dias de incerteza, mostrando apreensão quanto ao retorno das atividades.

Desde 16 de março, o torneio segue suspenso em função da pandemia do coronavírus. A competição foi interrompida na terceira rodada do segundo turno. Na primeira fase, o Caxias sagrou-se campeão.

O retorno gradativo dos trabalhos de Grêmio e Inter foi possível depois que o governador Eduardo Leite anunciou, na semana passada, o mapa do chamado distanciamento controlado no Rio Grande do Sul. Dividido em 20 regiões, o RS passou a adotar ações distintas, por localidades, quanto à flexibilização das atividades. Quatro cores de bandeiras passaram a determinar tanto a liberação quanto a restrição de trabalhos, comércio e práticas esportivas, por exemplo.

Para ter o aval, as cidades não podem estar rotuladas pelas bandeiras vermelha e preta, o que demanda restrições maiores quanto à circulação e aglomeração de pessoas. Todos os municípios onde existem times da primeira divisão do Gauchão permanecem com bandeira laranja e até amarela.

Na região Metropolitana, onde estão Grêmio, Inter e demais times, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr., autorizou a retomada do futebol, apenas para atletas profissionais, desde que os clubes adotem uma série de medidas de segurança e sanitárias. O São José, localizado na zona Norte da capital, também pode reaver os treinos.

O prefeito de Erechim, Luiz Francisco Schmidt, foi o único do Interior que já saiu em defesa da retomada dos trabalhos do time de casa – o Ypiranga. “O Conselho Municipal do Comitê Covid-19 já aprovou a volta do futebol ao menos para o encerramento do campeonato profissional de futebol. Estamos aguardando tão somente o regramento que vai ser proposto, amanhã, pelo governador com o presidente da Federação Gaúcha de Futebol. Nós queremos que o Ypiranga volte, mas precisamos de aval do governo estadual”, disse.

Na tarde desta terça, o governador e o presidente da FGF, Luciano Hocsman, estarão reunidos discutindo o retorno do futebol no Estado e um possível desfecho para o campeonato regional. O secretário estadual do Esporte, João Derly, participa do encontro. Ele revelou que o Piratini vai detalhar uma pesquisa encomendada pela Universidade Federal de Pelotas, quanto à retomada do futebol.

Em contrapartida, a federação vai apresentar um cronograma prevendo protocolos de segurança para garantir o retorno do esporte.

“É muito difícil a gente prever algo concreto agora. O nosso sentimento é de que existem momentos que a gente sente que pode soltar (as atividades) um pouco mais. Mas, ao mesmo tempo, a gente vê que precisa segurar um pouco. Amanhã, é importante a gente sair com um cronograma. Isso é fundamental, pois sem um calendário é um ruim para todos, desde jogadores até os clubes”, frisou Derly.

Consultadas, as prefeituras dos demais times da primeira divisão informaram que os decretos municipais vigentes seguem proibindo a prática do futebol para evitar aglomerações, mesmo que o município esteja autorizado a flexibilizar a prática esportiva.

Em Caxias do Sul, na Serra, o futebol segue suspenso para Juventude e Caxias. A prefeitura vizinha, de Bento Gonçalves, também impede o retorno do Esportivo. Na região Sul, Pelotas vedou a pratica do esporte para Brasil e Pelotas.

No Vale do Sinos, os prefeitos também não autorizaram a volta do futebol em Novo Hamburgo e São Leopoldo, restringindo os treinos no Novo Hamburgo e Aimoré, respectivamente.

A cidade de Ijuí, no Noroeste gaúcho, é a única que se encontra em área amarela, onde o isolamento é mais brando. Mesmo assim, a prefeitura local segue proibindo o retorno do futebol, o que impede a retomada dos trabalhos do time do São Luiz.