“Não tomamos decisões baseadas em influência de filhos” diz Doria sobre medidas de isolamento em SP

Ele criticou a postura do Presidente Jair Bolsonaro em relação ao combate do novo Coronavírus no país

Doria
Foto: Edu Garcia/R7

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação ao combate do novo Coronavírus no país. Doria fez as declarações em entrevista ao programa Direto ao Ponto, na manhã desta quarta-feira.

Questionado sobre restringir ainda mais o isolamento social em São Paulo, devido ao aumento no número de mortes, Doria salientou que age conforme as recomendações de órgãos de saúde.

“Se a medicina recomendar, faremos. Aqui [em São Paulo] a gente não toma decisões por vontade do governador, indução política, ideológica, influência de filho ou da família. Aqui é com amparo da ciência. É a ciência que determina todos os passos que damos para proteger vidas”, relata.

O governador de São Paulo ainda apontou que Bolsonaro deveria operar tecnicamente, protegendo vidas e não politizando. Segundo Doria, o presidente só não fez mais ”estragos” porque os governadores tomaram a iniciativa e determinaram o isolamento social em seus estados. “Só temos quatro nações no mundo com mandatários que pregam o ‘não isolamento’. São duas na Bielorrússia, a Nicarágua, ditaduras, e o Brasil”.

Relação com Brasília

Sobre a relação de São Paulo com o Governo Federal, Doria destacou que até a saída do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a situação era boa. Agora, ainda é preciso analisar como será a relação. O governador destaca que não imagina que o ministro Nelson Teich possa fazer uma gestão ideológica da saúde brasileira.

Doria também comentou sobre as últimas declarações de Bolsonaro a respeito das mortes no país pelo Coronavírus.  “É muito triste ouvir um presidente dizer ‘e daí?!’ para o fato de cinco mil pessoas terem perdido a vida e para outras tantas que ainda vão perder. Ele diz ‘fazer o que?’. Ele, como presidente, tem a obrigação de defender vidas, ter políticas corretas, dar orientações adequadas do Ministério da Saúde, obedecer as recomendações da Organização Mundial da Saúde e não fazer piadas, brincadeiras e responder dessa forma diante de uma situação grave”. Por fim, o governador disse que o Brasil está lidando com dois vírus: o Coronavírus e o vírus do presidente Bolsonaro.