Instituições particulares debatem alterações no calendário escolar

Bruno Eizerick afirmou que ainda não há data para retorno das aulas, mas garantiu que alunos não terão prejuízo

Foto: Sinepe RS / Divulgação / CP

Por conta da pandemia do novo coronavírus e ainda sem uma data para a retomada das aulas presenciais, as instituições de ensino particular já rediscutem o calendário escolar de 2020. Foi o que disse hoje o presidente do Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS), Bruno Eizerick, em entrevista à Rádio Guaíba.

“Não temos hoje uma data para a retomada das aulas, mas esperamos indicadores para uma. O governo do Estado até vem falando em indicações por regiões. As instituições já estão trabalhando com um novo calendário”, disse, após ser perguntado sobre que medidas serão tomadas caso a Covid-19 provoque a extensão das medidas de isolamento.

“Já temos uma norma do Conselho Nacional de Educação, do próprio Inep, dizendo que não serão mais necessários os 200 dias letivos. A nossa preocupação é vencer o conteúdo e que os alunos não sejam prejudicados”, completou Eizerick, cogitando ainda a realização de aulas, ainda que remotamente, aos fins de semana.

Eizerick destacou ainda que a busca por descontos nas mensalidades deve ser feita caso a caso junto às instituições de ensino. “A posição do Sinepe, e que vem sendo adotada pela maioria das escolas, é de receber as famílias que estão com dificuldades. Tenho certeza de que as direções irão acolher muito bem cada família para tratar disso. Descontos lineares são uma situação preocupante porque podem causar demissões e até o fechamento de escolas… É melhor que isso seja discutido caso a caso, até porque 75% dos gastos das escolas são com folha de pagamento”, explicou.

Enem

Ao falar sobre a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Eizerick citou que há uma determinação judicial ordenando que a data do exame seja alterada. “Mas o ministro Abraham Weintraub disse que não vai cumprir. A nossa posição é a do bom senso, e o bom senso indica pela alteração da data. Se o ministro garantiu o Enem, não serei eu que vou dizer diferente. Não cabe a mim fazer juízo de valor”, afirmou.

As provas do Enem seguem previstas para os dias 1° e 8 de novembro.