“Se acharmos que estamos voltando à normalidade, teremos uma tragédia”, alerta presidência da Famurs

Vice-presidente da entidade, Maneco Hassen acredita que modelo novo modelo de distanciamento social ainda precisa de ajustes

Foto: Guilherme Almeida / CP

O vice-presidente da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e prefeito de Taquari, Maneco Hassen, disse que a entidade está preocupada com a decisão tomada pelo governador Eduardo Leite de um novo distanciamento social controlado. A Federação defende a ideia proposta pelo governador, entretanto, se diz apreensiva com o entendimento da população e do comércio de que esse modelo de distanciamento não é uma volta à normalidade. Maneco alerta que, se isso ocorrer, teremos uma tragédia com o aumento dos casos e mortes por Covid-19 no Estado.

“A gente acha e quer dar suporte ao governador para que possamos tomar essas decisões com a maior tranquilidade possível estendendo a curva da contaminação. O comércio no Estado já está liberado, com restrições, na maioria das cidades. Mas não podemos achar, especialmente o setor empresarial e comércio, que voltaremos à normalidade. Não podemos imaginar e passar para a população a ideia que, a partir da liberação com restrições, a vida econômica vai voltar ao que era antes. Se isso acontecer, nós teremos uma tragédia”, afirma.

De fato, ontem, durante a coletiva, o governador Eduardo Leite chamou a atenção para uma possível leitura equivocada do distanciamento social proposto. Leite disse que a medida não representa uma flexibilização aleatória, abertura desordenada e volta à normalidade.

O vice-presidente da Famurs fala também que o embasamento técnico utilizado pelo governador durante a apresentação do novo modelo de distanciamento ficou abalado por conta do posicionamento da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que disse ser contrária ao relaxamento das medidas da forma como foi exposto por Eduardo Leite. A Universidade é parceira do governo do Estado no combate ao coronavírus, inclusive coordenando uma pesquisa inédita sobre os efeitos da doença no Rio Grande do Sul.

“Nos preocupa que a Universidade Federal de Pelotas emitiu uma nota dizendo que é contra o relaxamento das medidas da forma como foi explicitada. Então, o embasamento técnico para a liberalidade que o governador está programando nos parece que ficou com o alicerce abalado com essa nota da UFPEL”, opina o prefeito.

Maneco disse também que o novo modelo de distanciamento social ainda precisa de alguns ajustes, pois, na visão dele, os municípios pequenos ainda não estão com a rede de saúde pública preparada para um aumento do número de casos de coronavírus. O representante da Famurs defendeu uma interferência do governo federal junto aos municípios e ao Estado para que os gestores possam enfrentar a doença.

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