Covid-19: junho deve ser o mês mais difícil no Sul, projeta Mandetta

Ministro disse que "sazonalidade preocupa, especialmente pelo fato de a região concentrar o maior número de idosos no Brasil"

Foto: Isac Nóbrega/PR

Os meses mais difíceis no combate à disseminação do novo coronavírus no Brasil devem ser maio, na região Sudeste, e junho, no Sul do país, afirmou nessa quarta o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em entrevista coletiva concedida.

Nos países do hemisfério norte, explicou o ministro, houve a temporada de infecção pela influenza e, depois, a do novo coronavírus. Agora, essa parte do globo lida com a pandemia durante a primavera. Já o Brasil entra no inverno e a sazonalidade de influenza vai se sobrepor à do Covid-19.

No Sudeste, região onde há maior densidade populacional, maio é o mês em que mais há casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). “É nossa sazonalidade. Vamos entrar com ela e com o corona juntos”, disse Mandetta. Já nos estados do Sul, é nos meses de junho e junho que a sazonalidade preocupa, especialmente pelo fato de a região concentrar o maior número de idosos no Brasil.

De acordo com o ministro, “o vírus está escrevendo sua história natural”. “Ele está conhecendo a sociedade brasileira e a sociedade brasileira está conhecendo esse vírus”, afirmou. Mandetta também disse considerar que o país teve êxito em reduzir a dinâmica social para evitar a disseminação, embora “alguns achem” ter sido “exagero”.

O Brasil registrou 204 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, elevando o total para 1.736, segundo o boletim mais recente do Ministério da Saúde. No mesmo período, foram confirmados mais 3.058 casos da doença, um recorde diário. Desde 25 de fevereiro, 28.320 pessoas testaram positivo para o novo coronavírus. A taxa de letalidade da doença em todo o país é de 6,1%.