PF prende, na África, criminoso mais procurado do Brasil

Gilberto Aparecido dos Santos deu aval a plano de resgate de Marcola, em 2019, mas agentes descobriram o plano

Foto: Reprodução/R7

A Polícia Federal (PF) prendeu em Maputo, capital de Moçambique (África), nesta segunda-feira, o traficante Fuminho, um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e considerado o criminoso mais procurado do Brasil. A informação, confirmada ao jornalismo da Record TV, é reforçada, em nota, pelo Ministério da Justiça.

“A Polícia Federal prendeu em Moçambique (África), nesta segunda (13/4), Gilberto Aparecido dos Santos, foragido há 21 anos. Conhecido como Fuminho, o traficante é considerado um dos líderes do PCC e está na lista do Ministério da Justiça e Segurança Pública como um dos criminosos mais procurados do Brasil”, cita o comunicado.

A prisão ocorreu em um condomínio da capital moçambicana. A ação conjunta envolveu a PF, o DEA (Órgão de Combate às Drogas, na tradução do inglês), o Departamento de Justiça dos EUA, e a polícia do país africano.

De acordo com as investigações da PF, Fuminho é o braço-direito de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que é considerado o chefe supremo do PCC. Ele era considerado foragido desde 1999.

Atualmente com 49 anos de idade, Gilberto Aparecido dos Santos já constituiu um advogado para defendê-lo das acusações de tráfico de drogas e homicídio, por exemplo.

Fuminho havia sido denunciado à Justiça como o responsável por mandar matar Rogério Jeremias de Simone, Gegê do Mangue, e Fabiano Souza, o Paca, em fevereiro de 2018 em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza. Parte da cúpula do PCC, a dupla era suspeita de desviar dinheiro da organização criminosa.

Trajetória no crime

Fuminho é, segundo a PF, o responsável pelo fluxo de dinheiro e da logística necessária para o tráfico internacional de drogas na região da Bolívia e Paraguai. É uma espécie de sócio de Marcola.

A carreira no crime ganhou relevância quando escapou da Casa de Detenção, no Carandiru, em São Paulo em janeiro de 1999. Desde então, era procurado pela polícia brasileira.

Em abril de 2019, Fuminho deu suposto aval para membros da facção criminosa fazerem o resgate de Marcola do Presídio Federal de Brasília. Agentes da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, conhecida como P2 de Venceslau (a cerca de 610 km de São Paulo), descobriram o plano ao flagrar anotações de membros do PCC.

Apontado como líder máximo da facção criminosa, Marcola saiu da P2 de Venceslau no começo de 2019 para ir à penitenciária federal de Porto Velho. Um mês depois, voltou a ser transferido, dessa vez para a federal de Brasília.