“China e Brasil são maiores do que indivíduos irresponsáveis”, considera embaixador

Porta-voz criticou postagens do ministro da Educação, Abraham Weintraub, e do deputado Eduardo Bolsonaro

Foto: Divulgação/EBC

Após ataques em redes sociais direcionados a Pequim, o ministro conselheiro da Embaixada da China no Brasil, Qu Yuhui, considerou que as insinuações foram pontuais e não correspondem à posição da sociedade e do governo brasileiro. Conforme o diplomata, mesmo que o presidente Jair Bolsonaro esteja cercado de “irresponsáveis”, as duas nações devem manter as relações institucionais, acima desse impasse. “Não cremos que isso represente a opinião da sociedade e a posição do governo brasileiro. A China e o Brasil são maiores do que indivíduos irresponsáveis”, contemporizou.

Em entrevista para o Esfera Pública, da Rádio Guaíba, Qu Yuhui lamentou veemente a postagem do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que sugeriu que a China pode vir a se beneficiar, de propósito, da crise mundial causada pelo coronavírus. “São comentários irresponsáveis, com forte cunho racista e infundados, mas acredito que essas manifestações do Weintraub não representem a posição do governo brasileiro”, disse. Após a polêmica, o titular do MEC apagou a publicação no Twitter.

Além de Weintraub, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da República, vem classificando a Covid-19 como o “novo vírus chinês”. A manifestação pejorativa também é repudiada pela Embaixada. “Isso é um absurdo. Nenhum país sério ou pessoa séria comete esse tipo de ataque, totalmente infundado”, criticou.

O porta-voz da embaixada reforça os laços entre as duas nações, para que trabalhem juntas no enfrentamento da pandemia. Qu Yuhui ressaltou que a China já enviou equipes médicas para auxiliar pacientes na Itália e Espanha e é responsável por ¼ da produção de respiradores. “Conversamos com o ministro (da Saúde, Luiz Henrique) Mandetta, que é responsável pela saúde pública. Assim, China e Brasil podem trabalhar juntos para enfrentar melhor essa pandemia”, mencionou.

Yuhui finalizou garantindo que as relações internacionais não serão embargadas, neste momento. “Esta questão não está sendo discutida, mas é sempre bom criar um bom ambiente favorável e baseado no respeito mútuo”, declarou.

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