Professor que estuda avanço da Covid-19: Porto Alegre segue “no início da curva”

Pesquisador da Ufrgs apontou que 2,1 mil pessoas deixaram de ser internadas na Capital em razão do isolamento social

Foto: Alina Souza/CP

O isolamento social em Porto Alegre evitou a internação de 2,1 mil pessoas em função da pandemia de Covid-19. O resultado aparece em um estudo do professor Álvaro Ramos, do Departamento de Matemática Pura e Aplicada da Ufrgs. Ele, no entanto, salienta que não é possível aferir quando vai ser o auge de casos da doença.

As projeções, indicou, servem mais para as autoridades definirem medidas a serem adotadas, além de terem ideia sobre a urgência de estruturar o sistema de saúde. Porém, para ele, a cidade está no começo da subida da curva: “A gente está em uma fase muito inicial da contaminação em Porto Alegre. Provavelmente, o auge vai demorar um tempo para vir. Pode ser um mês, três meses ou mais”, disse, em entrevista para o Guaíba News.

Segundo Ramos, até 2 de abril, havia risco de o número de casos em Porto Alegre chegar a 48 mil, considerando, desde os pacientes assintomáticos até aqueles em estado muito grave. O número acabou contido pelas restrições de circulação, adotadas com maior afinco a partir de 16 de março — época em que o número de casos passou a dobrar em um período de dois a três dias.

Para Ramos, contudo, o cálculo de projeção torna-se impossível em razão da imprevisibilidade do comportamento social. “Depende da parâmetros e dados. Esses dados e parâmetros vão se alterar com o tempo. A gente não consegue fazer uma previsão muito apurada para um período grande de tempo”, explicou.

“Quanto mais tarde chega o ápice da doença, mais baixo ele é”

Fato é que as medidas de isolamento contribuem, não apenas hoje, como no futuro. “Quanto mais tarde chega o ápice da doença, mais baixo ele é”, afirmou. “Dá esse tempo para o sistema de saúde tratar as pessoas, não apenas com respeito, mas com o devido cuidado.”