“Máscara, sozinha, não vai proteger contra o vírus”, reforça infectologista gaúcho

Fabiano Ramos salienta que distanciamento social e higienização correta das mãos seguem sendo as melhores recomendações

máscaras
Foto: Ricardo Giusti/CP

Em entrevista para o programa Guaíba News, na tarde desta quarta-feira, o médico infectologista Fabiano Ramos, membro da Sociedade Riograndense de Infectologia, confirmou que o uso das máscaras por si só – sendo elas caseiras ou não – é insuficiente para proteger contra o novo coronavírus.

Conforme Ramos, a máscara precisa fazer parte de uma combinação de ações, que ajuda a proteger a população que precisa sair à rua. “O ideal é que as pessoas mantenham o afastamento social, de mais de um metro pelo menos. Com esse afastamento, o uso da máscara não é tão imprescindível”, afirmou.

Entretanto, o infectologista lembra que nem todas as pessoas conseguem manter a distância, principalmente em situações como a do transporte público. “Nesses ambientes onde há uma aglomeração, entendemos a necessidade da utilização da máscara, mas o ideal é que esse acessório seja utilizado por, no máximo, duas horas ou enquanto ela não estiver úmida”, completou.

Ramos pondera que o uso é incômodo e que, quando realizado de forma incorreta, a máscara se torna “mais inimiga do que protetora”. O médico salienta que o acessório não pode ser colocado e retirado sem que, antes, a pessoa higienize as mãos. O nariz também não pode ficar para fora da máscara.

O infectologista reitera que o distanciamento social ainda é a melhor forma de se proteger contra o coronavírus, além da higienização correta das mãos e do uso do álcool gel. E reforça que a máscara, seja de que tipo for, protege mais as outras pessoas do que a que usa.

“A mascara de pano não oferece a função protetora que se imagina, é uma sensação irreal de proteção. Ela vai te proteger se forem tomadas outras ações ao mesmo tempo”.

Posição do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde passou a recomendar, a partir dessa semana, o uso de máscaras – cirúrgicas e de pano – pela população como uma forma de prevenção ao novo coronavírus. Até então, a recomendação era feita apenas a pessoas com sintomas da Covid-19, ou que tenham contato com alguém contaminado.

Com isso, máscaras cirurgias começaram a se esgotar em farmácias de todo o País. Ciente da falta de oferta, o Ministério passou a recomendar que a população faça as próprias máscaras, em casa, usando algodão, tricoline e TNT, por exemplo, desde que em dupla face.

Veja, a seguir, como e quando usar cada tipo de máscara:

• N95

A N95 é uma máscara utilizada na beira do leito de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). O uso é voltado a procedimento respiratório em pacientes que dependem de entubação. Por falta de máscaras nos leitos hospitalares, a N95 está sendo utilizada por até 15 dias. Vale lembrar que ela não pode ser lavada; após o período de 15 dias deve ser descartada.

• Máscara de pano

É uma máscara domiciliar. A recomendação é que ela seja trocada a cada duas ou quatro horas, ou quando ficar úmida. Essa máscara precisa ser lavada com água e sabão.

• Máscara cirúrgica

A máscara cirúrgica é recomendada para uso hospitalar, ou seja, para profissionais de saúde que tenham contato com pacientes. Ela não pode ser lavada, devendo ser trocada a cada duas horas. Após esse período, o material deve ser descartado.