Maior parte dos metalúrgicos da GM aprova lay-off no complexo de Gravataí

Funcionários da filial da montadora norte-americana já paralisaram produção

GM contrato suspenso

A General Motors (GM) vem adotando medidas para resistir à pandemia de Covid-19 enquanto busca alternativas para garantir o futuro do negócio. Nesse sentido, a companhia propôs banco de horas e férias coletivas e implantou um plano de redução de custos, adiando investimentos em meio à crise, considerada “sem precedentes”. Em um esforço para manter os empregos no Brasil, a empresa discutiu com os sindicatos medidas adicionais, que incluem lay-off – que é a suspensão do contrato de trabalho – e redução de jornada, ambas com impacto de redução salarial. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, em votação por meio de aplicativo, quase 95% aprovaram a proposta, nessa segunda-feira. “Foi um processo tranquilo. Até porque a vida é um bem maior”, disse o sindicalista.

O pacote já havia sido aprovado pela ampla maioria dos empregados das fábricas de São Caetano do Sul, Joinville e Mogi das Cruzes, e do Campo de Provas de Indaiatuba. Também está em execução um programa de redução de jornada e salário para empregados que seguem trabalhando em home office, inclusive o presidente e toda a liderança em diferentes percentuais: para empregados até nível de gerência, uma hora de redução na jornada diária com 12,5% de redução no salário; para executivos de nível de diretoria e acima, o impacto chega a 25% de redução no salário.

O programa de lay-off proposto impacta a maior parte dos empregados horistas e mensalistas de todas as áreas e níveis da GM no Brasil, com redução entre 5% e 25% do salário de acordo com a faixa. As medidas terão duração inicial de dois meses com possibilidade de extensão, podendo ser canceladas em caso de retorno da demanda do mercado a uma situação de normalidade. “Nós temos um lay-off que pode durar até quatro meses”, projeta Ascari. O Complexo Automotivo de Gravataí da GM soma cerca de 6 mil trabalhadores. Já a base do sindicato é composta de 14 mil.

A GM também comunicou estar avaliando junto aos sindicatos as oportunidades estabelecidas pela MP 936, com o objetivo de adaptar as medidas aprovadas às novas regras apresentadas pelo governo.

“Importante ressaltar que essas medidas são emergenciais e temporárias, tendo como objetivo a preservação dos empregos, contribuindo com os esforços do governo federal e governos estaduais e municipais. Continuaremos a acompanhar a evolução do cenário e estaremos prontos para retomar as atividades assim que for possível”, assegura a montadora, em comunicado.