EUA garantem que não dificultaram envio de insumos contra o coronavírus para o Brasil

Perguntado sobre se a China pode estar tentando ganhar influência geopolítica ao oferecer materiais a outros países, Todd Chapman evitou polemizar

Foto: US Department Of State/Divulgação

O novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, negou hoje, em entrevista coletiva online, que o país tenha adquirido, comprado, retido ou bloqueado qualquer equipamento hospitalar ou medicação destinada ao Brasil para combate ao novo coronavírus (Covid-19).

Segundo Chapman, essas informações são “notícias ruins” divulgadas por pessoas que querem avançar com “agendas pessoais ou de governo”; ou mesmo de “muitos comerciantes que querem vender para lá e para cá” em busca de lucros cada vez maiores.

“Nossos oficiais de Justiça já estão trabalhando contra isso, porque nossa lei não permite esse tipo de prática, visando [estabelecer] preços supervalorizados”, disse o embaixador.

“O governo dos EUA não comprou nenhum material médico fabricado na China e destinado ao Brasil”, disse. “E, durante essa emergência de saúde, é muito importante cuidar das informações e saber de onde elas vêm”, acrescentou.

Com relação a denúncias de governadores brasileiros de que remédios e equipamentos destinados às regiões Norte e Nordeste tenham sido bloqueados pelos Estados Unidos, Champman pediu que essas informações sejam repassadas ao governo para a devida investigação.

“Os governadores podem nos passar informações para que investiguemos. Já o fizemos e vimos que não está acontecendo. Havendo qualquer preocupação, podem nos contatar. Repito: não estamos bloqueando essas coisas. Isso, no entanto, não significa que não haja pessoas dizendo que isso está acontecendo”.

China

Perguntado sobre se, do ponto de vista do governo norte-americano, a China pode estar tentando ganhar influência geopolítica ao oferecer materiais a outros países, para o combate ao novo vírus, Chapman evitou polemizar e disse que o momento é de todos trabalharem em conjunto.

“Quando se está em um bairro em chamas e as casas estão em chamas, não é o momento de debater e usar argumentos para ganhar ponto. Não é momento de discutir sobre onde o fogo começou. Isso nós já sabemos. É fato. O importante é controlar e extinguir o fogo. Por isso vamos trabalhar todos para extinguir essa doença”.