Entidades do comércio reagiram com preocupação ao novo decreto do Governador Eduardo Leite, anunciado na noite desta terça-feira. O chefe do Executivo gaúcho anunciou o fechamento da maior parte do comércio, em todo o Estado, até o dia 15 de abril.
Apenas segmentos essenciais foram liberados a seguir operando, como supermercados, mercados, farmácias e clínicas veterinárias, por exemplo. Setores da indústria e construção civil também poderão funcionar, dependendo do que estabelecem decretos municipais, em cada cidade.
O presidente da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn, questionou, em entrevista ao programa Bom Dia, na manhã desta quarta-feira, o motivo de abertura das indústrias, e não do comércio. “Quem pensou nisso, não percebeu que é uma cadeia. Não é fácil funcionar um segmento e outro não. A indústria vai trabalhar para que, se não vai ter pedidos lá na ponta?”, pontua.
Bohn destaca, ainda, que o comércio precisa ter uma previsão de retorno, sob pena de desligar funcionários. “Precisamos informar o empresário o seu limite de retorno. Quando fechamos, seria até ontem, o final de março. Com isso, muitos deram férias aos seus empregados, trabalharam em home office, fizeram banco de horas. Mas esses 15 dias previstos terminaram e agora eles não sabem o que fazer. Se houver uma previsão, ele não desliga o trabalhador. Agora, talvez aconteçam desligamentos”, explica.
A nova decisão do Governo vai ao encontro do pedido feito pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). A Federação exigia um decreto uniforme para regular a abertura de estabelecimentos da iniciativa privada em meio à pandemia de coronavírus.
A Federasul, Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL) e a Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV) ainda não se manifestaram sobre o decreto.