Governador admite que RS desconhece número real de infectados pelo coronavírus

Governador defende decretos municipais para combate à doença; Famurs cobra regra padronizada

Foto: Ricardo Giusti/CP

Ainda com dificuldade em aplicar testes para o novo coronavírus em pacientes que recorrem às redes hospitalares pública e privada, o governador Eduardo Leite admitiu, hoje, que não é possível saber o real número de infectados pelo Covid-19 no Rio Grande do Sul. O mandatário se manifestou em coletiva de imprensa via live no Facebook, no início da tarde.

Os números oficiais eram de 241 casos confirmados e três mortes, até então, devido a complicações decorrentes da infecção associada a comorbidades. Leite destacou a necessidade de saber quem são as pessoas infectadas o quanto antes. “Sim, estamos preocupados e, por isso, é que faremos um estudo de mapeamento dos casos”, disse.

Um levantamento, em parceria com a UFPel, vai estimar, com base científica, o percentual da população gaúcha infectada pela Covid-19 e o ritmo de avanço da pandemia no Rio Grande do Sul. O diagnóstico, a partir de amostragens epidemiológicas sequenciais, vai permitir identificar a prevalência da doença por regiões, o contingente de pessoas atingidas pelo novo coronavírus, mas que não apresentaram sintomas, e projetar a incidência de casos mais graves e o grau de letalidade da doença.

Governador defende decretos municipais; Famurs cobra regra padronizada

Já em relação à rusga entre prefeitos e o governador, Leite defendeu que os municípios possam fazer os próprios decretos, mais rígidos que os redigidos pelo Piratini. E, além disso, flexibilizar as normativas nas cidades onde não haja casos de coronavírus.

A Federação das Associações dos Municípios (Famurs) é contrária à flexibilização e defende um decreto estadual, com regras a serem seguidas por todas as cidades.

Em entrevista ao Esfera Pública de hoje, o presidente da entidade, Eduardo Freire, levantou o tom: “Eu não vou juntar cadáver no meu município”, resumiu ele, que é prefeito de Palmeira das Missões. A entidade exige medidas urgentes e mais enérgicas do Palácio Piratini para combater o coronavírus no Rio Grande do Sul.