Com maior número de casos no Interior, Bagé vai fazer barreira sanitária para quem entra e sai da cidade

Município da Campanha soma 15 pacientes diagnosticados com coronavírus. Prefeito clama por auxílio do Palácio Piratini para enfrentar pandemia

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Foto: Ricardo Giusti / CP Memória

Depois de confirmar, nesta segunda-feira, a transmissão comunitária do novo coronavírus, quando a origem de contágio é desconhecida, a Prefeitura de Bagé, na Campanha, adiantou que vai realizar barreiras sanitárias para inspecionar todos os motoristas que entrarem ou deixarem o município. Os condutores serão examinados por uma equipe sanitária. Testes serão aplicados em caso de suspeita. Com 120 mil habitantes, Bagé registra 15 infectados, até o momento.

Conforme o prefeito Divaldo Lara (PTB), o município ainda conta com uma peculiaridade: o o contágio começou pelos agentes da saúde. Dos 15 casos, nove deles envolveram profissionais da área – o primeiro deles um médico, que retornou de viagem do Rio de Janeiro.

“Nós estamos vivendo um momento muito difícil. Bagé é a segunda cidade com maior número de contaminações no Rio Grande do Sul. Certamente deve ser um caso raro no país porque a nossa contaminação começou pela saúde aqui no município”, alertou.

O prefeito menciona que Bagé conta com uma das maiores redes públicas de saúde, com capacidade de atender até 91,5% da população. A cidade dispõe de 120 leitos para atender a pandemia, com reforço de 25 UTIs para casos graves.

Preso infectado

Hoje, um teste confirmou que um apenado é um dos infectados pela covid-19 em Bagé, o que deixou a administração municipal em alerta para evitar a propagação do vírus no sistema prisional.

Medidas de higiene já foram tomadas e o caso é monitorado com atenção. A Susepe garante que o preso não chegou a ter acesso ao Presídio Regional de Bagé. Da delegacia de polícia, agentes o levaram para atendimento médico e, posteriormente, para prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. “É um fato preocupante, mas estamos agindo para dar o devido isolamento à casa prisional”, afirmou o prefeito.

Em meio ao cenário adverso, Divaldo Lara reiterou pedido para que o Palácio Piratini auxile a cidade da Campanha. “É importante que o governo do Estado ajude a concretizar aquilo que já tínhamos planejado, como a vinda de recursos, respiradores, EPIs, vacinas da gripe, além da construção de hospitais de campanha. Ou o Estado nos ajuda ou teremos aqui um novo epicentro da doença. É necessário que o Estado aja com força”, concluiu.