Após a divulgação de notas públicas por parte das principais entidades empresariais do Estado, a pressão sobre o governador Eduardo Leite (PSDB) e prefeitos gaúchos para que flexibilizem ou encerrem as restrições à circulação e convívio social explodiu nos grupos de whatsapp entre a noite de quinta e a madrugada desta sexta-feira.
Dezenas de imagens e vídeos sem autoria convocam, em sua maioria, para carreatas e buzinaços em cidades como Porto Alegre, Caxias do Sul e São Leopoldo, todas com palavras de ordem como “O Brasil não pode parar”, “Pela retomada econômica” e “Pela reabertura do comércio”.
À noite, colegas e apoiadores receberam do líder do governo na Assembleia, deputado Frederico Antunes (PP), um vídeo no qual o parlamentar anuncia que nesta sexta-feira o Executivo deverá publicar por resolução ou decreto “uma série de explicações”. Na sequência, Frederico completa: “que o comércio deve continuar funcionando, que as indústrias devem continuar funcionando, que as igrejas podem estar abertas, desde que respeitando regras, limites. Isto é uma coisa que talvez não tinha sido feito antes, mas vai ser feito.”
“Não podemos deixar esta epidemia proliferar, mas também não podemos matar a vida normal da economia que nos sustenta. O governador Eduardo Leite tem esta compreensão e vocês vão ver amanhã que uma série de questões vai ser esclarecida.”
A movimentação no Whatsapp não se restringe ao RS. Convocações muito semelhantes se repetem em outras cidades, muitas em Santa Catarina, e também em estados como Bahia e Amazonas. Em um dos vídeos que circula nacionalmente um narrador faz alusão a diferentes categorias de trabalhadores e repete que o Brasil não pode parar, enquanto a legenda traz hashtag idêntica. A imagem final é a do logo do governo federal acompanhado do slogan da atual administração.