Ao menos 61 presos seguem nas Delegacias de Polícia do Rio Grande do Sul após decisão judicial determinar a retirada dos detentos dos locais em razão da pandemia do novo Coronavírus. O levantamento foi feito pela Ugeirm Sindicato, que representa os agentes da Polícia Civil.
O local que conta com mais detentos, na manhã desta terça-feira, é a Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) de Canoas, com 24. O sindicato não conseguiu contato com a 2ª e 3ª DPPAs e com as Delegacias de Torres e Gravataí.
Em São Leopoldo, a DPPA está com 8 presos. Conforme relato, um deles está com sintomas de Coronavírus, outro é asmático, dois são soropositivos e um é tuberculoso. Em Viamão, dos sete que estão na DPPA, um tem diabetes e está com pressão alta há 21 dias.
No sábado, o desembargador Voltaire de Lima Moraes determinou que o governo gaúcho retirasse, em 72 horas, os detentos das delegacias. Na decisão, ele diz que a pandemia de Coronavírus é mais um motivo para evitar a presença ilegal de presos nas delegacias de polícia. Ele salienta, ainda, que permitir aglomeração de pessoas, sem condições de sanidade, é um ato destrutivo diante das medidas que prefeitos, governadores e líderes mundiais estão tomando.
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) ainda não recorreu da decisão. Conforme a PGE, há um entendimento equivocado da decisão. A Procuradoria compreende que o prazo concedido seja relacionado aos presos que estão ”além do tempo necessário” nas delegacias, e não a remoção de todos.