Chefes de governo dos três estados da Região Sul se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro no final da manhã desta terça-feira. O encontro foi via videoconferência, com a presença dos ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e da Economia, Paulo Guedes. Após a reunião, em entrevista coletiva transmitida via internet, o governador Eduardo Leite fez uma avaliação positiva do contato com Brasília.
Na economia, o chefe do Executivo gaúcho comentou do plano do governo federal para suspender o pagamento da dívida dos estados com a União. Leite pediu que a equipe econômica do Planalto adote uma medida específica para quem já não faz o repasse da dívida, caso de Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás. “O que foi anunciado pela União pouco atende a esses estados já em dificuldade financeira”, diagnosticou. “Que se estenda o não pagamento das dívidas aos organismos internacionais, sugeriu Leite ao citar empréstimos contratados junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento e o Banco Mundial.
Segundo Eduardo Leite, o ministro Paulo Guedes se mostrou aberto a estudar a ideia. O Rio Grande do Sul ainda solicitou a abertura de um prazo para o não pagamento de precatórios durante a pandemia. Outra proposta é a dispensa do pagamento do PIS/PASEP para a destinação dos recursos à saúde.
Repasses na saúde
Segundo Eduardo Leite, o governo federal explicou a estratégia para a distribuição de equipamentos de proteção individual (EPI) e de testes para coronavírus. No entanto, não foi detalhada aos governadores a forma de divisão dos R$ 8 bilhões do Ministério da Saúde para estados e municípios.
No Rio Grande do Sul, o governo planeja comprar testes rápidos por conta própria. “Estudamos a aquisição de cerca de 50 mil a 100 mil testes para o Estado, que seriam priorizados nas equipes de saúde e nos servidores públicos nas áreas essenciais”, apontou.
Eduardo Leite ainda comentou sobre a postura do presidente da República diante da crise, conforme antecipado em entrevista à Rádio Guaíba, na manhã desta terça-feira. Para o governador, Jair Bolsonaro ajustou sua conduta após adotar uma postura de “ausência e relativização” da pandemia de Covid-19 e do trabalho dos governadores.