O presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta terça-feira, que o governo vai editar uma portaria para fechamento da fronteira entre Brasil e Venezuela, mantendo apenas a passagem de mercadorias, por causa do coronavírus.
De acordo com o presidente, a decisão busca impedir o colapso do sistema de saúde de Roraima, mas não é preciso fechar totalmente a fronteira porque existe uma dependência da economia do estado do comércio com a Venezuela.
“Não é fechamento total. O tráfego de mercadorias vai continuar acontecendo… Se você fecha o tráfego lá com a Venezuela, a economia de Roraima desanda”, disse o presidente.
Bolsonaro afirmou ainda que a decisão ocorre porque essa é uma fronteira “mais sensível”, mas que fechamento de fronteiras “não é uma solução mágica”.
Mais cedo, o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, disse que a pasta já havia se manifestado favoravelmente. Ressaltou que o sistema de saúde da Venezuela já entrou em colapso e o estado de Roraima não consegue mais atender mais venezuelanos que pedem auxílio.
Ofício
Mais cedo, o senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) havia enviado ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras, pedindo o fechamento das fronteiras do estado de Roraima com a Venezuela e Guiana por causa do coronavírus.
Mecias também já tinha feito o pedido ao presidente da República, Jair Bolsonaro, ao ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, ao ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, e ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Ele explica que o estado, com 1.922 km de extensão de fronteira, enfrenta intenso fluxo migratório, tanto da Guiana Inglesa quanto da Venezuela.
Para ele, a intenção não é criar pânico, mas sim que o governo olhe para Roraima, que já sofreu muita falta de assistência. Desde 2016, 656 mil venezuelanos entraram em Roraima. Com isso, o sistema de saúde do estado ficou sobrecarregado.