Série Marcella: serial killer e uma protagonista emocionalmente instável

Produção conta a história de uma detetive que retorna ao trabalho em busca de um assassino em série que, aparentemente, está de volta após mais de 10 anos

Marcella
Divulgação.

Neste final de semana eu descobri, na Netflix, a série inglesa Marcella. A produção tem duas temporadas (renovada para a terceira) com oito episódios cada e conta a história de uma detetive que retorna ao trabalho em busca de um assassino em série que, aparentemente, está de volta após mais de 10 anos.

Marcella é interessante dentro de um contexto abarrotado de personagens e pontas soltas. Uma das coisas que mais me interessa em uma produção de serial killer é a motivação. Como ele escolhe as vítimas, as estratégicas, o desenrolar. Nisso a série se perde um pouco. Ela foca muito em ir desvendando pistas e buscando suspeitos, mas deixa a essência da história de fora.

A protagonista é uma mulher abalada com a separação, que não consegue deixar o ex marido em paz. Além de tudo, sofre de apagões constantes e sem explicações. No entanto, Marcella é uma excelente detetive, com um sexto sentido apurado. Eu gosto muito de histórias de assassinos em série com mulheres na linha de frente da investigação. Aqui, porém, a protagonista é um pouco subestimada e até estereotipada.

Ao fim da primeira temporada, pontas soltas podem deixar o espectador irritado. Há muitos arcos abertos que não foram fechados, embora o verdadeiro assassino seja pego e possa até surpreender alguns. De um modo geral, Marcella não é ruim. A segunda temporada da um tom mais sombrio na produção, para quem curte esse tipo de gênero.

A produção não é assustadora, mas exibe muitos momentos de tensão. O espectador também deve ficar atento para não se perder em meio a tantos personagens apresentados.

Não se esqueçam, a série se passa em Londres. Então, além de todo drama, crime e forte impacto psicológico, a cidade sempre nublada e cinza dá um tom ainda mais melancólico na narrativa.