O Ministério da Saúde anunciou hoje a disponibilização de mais dois mil leitos volantes de Unidades de Tratamento Intensiva (UTIs), por seis meses. Atualmente há 55 mil espaços desse tipo no país, sendo a metade no Sistema Único de Saúde e a metade em hospitais particulares. Contudo, a rede pública atende 75% da população, enquanto a privada, 25%.
Parte destes leitos vai ser distribuída a todos os estados proporcionalmente à população. Uma outra parcela vai ser repassada de acordo com a necessidade. A estimativa é sejam investidos R$ 396 milhões para contratação e R$ 260 milhões para manutenção, por seis meses. Os estados entrarão com recursos humanos e os espaços físicos, conforme o Ministério.
“Estamos sugerindo a suspensão de procedimentos cirúrgicos, o que vai reduzir o volume de pessoas. Vamos modificar critérios de ingresso e saída de UTI. Quanto aos privados, vamos regular esses leitos. Queremos saber qual é a ocupação, quem tem leito ocioso e se for necessário vamos requisitar leitos privados para atendimento à população brasileira”, informou o secretário executivo da pasta, João Gabbardo dos Reis.
A equipe do Ministério anunciou também o bloqueio da exportação de equipamentos e materiais utilizados em UTIs, como ventiladores, respiradores, monitores, luvas e máscaras de proteção. O objetivo é que esses bens sejam direcionados para atender às demandas dos serviços de saúde dentro do Brasil.
Testes
Durante a entrevista coletiva de atualização, jornalistas questionaram as equipe do ministério sobre as recomendações apresentadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de fortalecer os testes. Os representantes do ministério reafirmaram que nos estados com casos importados e transmissão local, os testes vêm sendo feitos em pessoas com sintomas, vínculo epidemiológico com a doença e que tenham viajado. Por enquanto, onde há transmissão comunitária, a prioridade é dada a pacientes em estado grave.
Entretanto, os gestores acrescentaram que a pasta estuda a possibilidade de comprar testes rápidos. “É possível que o MS faça uma aquisição e importação de testes rápidos, que não dependem de envio de material para laboratórios. Isso está em fase de discussão”, comentou o secretário executivo.
Mais Médicos
Os secretários da Saúde comentaram também a contratação de 5,1 mil médicos dentro do programa Mais Médicos. O governo vai permitir a entrada no programa de cubanos que tenham atuado no momento anterior à ruptura da cooperação existente na transição para o governo Bolsonaro. A seleção vai começar com profissionais brasileiros com registro no conselho da categoria ou com diploma revalidado. Até hoje, 4,4 mil médicos já haviam se inscrito no edital.
Caso as vagas não sejam preenchidas, os médicos cubanos poderão ser convidados, em uma seleção específica e desde que cumpram algumas exigências, como terem sido naturalizados, terem pedido de refúgio ou solicitado residência no país.
Além disso, pode haver convocações específicas para estudantes do último ano de cursos da saúde para desempenhar atividades acessórias, bem como de médicos voluntários que poderão contribuir com as ações de assistência.