MP da Bahia pede nova perícia no corpo de Adriano da Nóbrega

Promotores dizem que é necessário esclarecer dados obscuros e torno da morte do miliciano 

Foto: Reprodução / R7

O Ministério Público da Bahia (MPBA) informou hoje que pediu à Justiça que o corpo do ex-policial militar Adriano Nóbrega seja “mantido intacto” até a realização de um exame pericial complementar. Nóbrega morreu baleado em 9 de fevereiro, em Esplanada, interior do estado, em uma operação da Polícia Militar da Bahia e da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

No pedido, os promotores dizem que é necessário esclarecer dados até então “obscuros” sobre o momento da morte do ex-policial.

A partir desse exame, que deve ser feito pelo Instituto Médico-Legal do Rio de Janeiro (IML-RJ), o MP quer saber a direção que os projéteis percorreram no corpo de Adriano; o calibre das armas utilizadas; a distância dos tiros e outras informações que os peritos considerarem relevantes para a elucidação da morte do ex-policial.

Nessa manhã, a defesa de Adriano Nóbrega pediu autorização à Justiça para realizar uma perícia independente no corpo do ex-policial militar, com o objetivo de esclarecer as circunstâncias da morte.

Em entrevista nesta terça-feira, o advogado dos parentes de Nóbrega, Paulo Emílio Catta Preta, confirmou a jornalistas que a família suspeita da primeira versão dada pela Polícia Militar da Bahia, de que ele tenha sido morto ao reagir e trocar tiros durante uma operação policial do qual era alvo.

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que não vai comentar o assunto.

Entenda

Ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Adriano da Nóbrega era investigado por diversos crimes, sob a suspeita de envolvimento com milícias e assassinatos por encomenda. Ele era procurado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Ele também era procurado por suspeitas de envolvimento nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

O miliciano também era um dos alvos da investigação sobre suposta ‘rachadinha’ no gabinete do senador Flávio Bolsonaro, à época em que o filho do presidente Jair Bolsonaro esteve na Assembleia Legislativa do Rio.

Além de ter sido indicado pelo então deputado à mais alta honraria do Rio, a Medalha Tiradentes, ele manteve no gabinete do parlamentar a mulher e a mãe, que chegaram a ter o sigilo quebrado no inquérito do caso Queiroz.

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que não vai comentar o assunto.