Dólar cai e fecha abaixo de R$ 4,34 após atuação do BC

Na China, receio de que surto de coronavírus traga impactos para a segunda maior economia do planeta voltou a trazer instabilidade no mercado internacional

Foto: Arquivo/Agência Brasil

A atuação do Banco Central (BC), que atuou no mercado futuro de câmbio, impediu mais uma alta recorde do dólar, nesta quinta-feira. A moeda americana encerrou o dia vendida a R$ 4,336, com queda de R$ 0,015 (-0,35%).

No início da sessão, o dólar continuou em trajetória de alta, refletindo o fim da sessão de ontem. Na máxima do dia, por volta das 10h, a cotação encostou em R$ 4,38. O câmbio só reverteu o movimento depois de o BC anunciar um leilão de US$ 1 bilhão em contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.

O dólar passou o resto do dia oscilando entre R$ 4,33 e R$ 4,34. A divisa acumula alta de 8,04% em 2020. No fim da tarde, o BC anunciou mais um leilão de US$ 1 bilhão em contratos de swap, na manhã desta sexta.

No mercado de ações, o dia foi marcado pela realização de lucros e, depois de dois dias seguidos de alta, o índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), fechou com queda de 0,87%, aos 115.662 pontos.

Ontem, o dólar ultrapassou R$ 4,35 e fechou no maior valor nominal desde a criação do real. Nos últimos dias, uma série de fatores domésticos e internacionais vêm provocando turbulência no mercado financeiro.

Entre os fatores domésticos, a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos restringem a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima.

Na China, o receio de que o surto de coronavírus traga impactos para a segunda maior economia do planeta voltou a trazer instabilidade no mercado internacional. Com a mudança de metodologia de identificação do vírus pelas autoridades chinesas, o número de casos disparou.

Os contratos futuros das principais bolsas de valores do mundo passaram a registrar queda após a notícia, que indica a possibilidade de o surto ser maior que o inicialmente divulgado.