Ministro das Relações Exteriores garante que comércio com a China não será afetado apesar do coronavírus

Declaração foi feita em entrevista ao programa Bom Dia, na manhã desta quarta-feira

Relações Exteriores
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, garantiu que as relações comerciais com a China não devem ser afetadas apesar do surto de coronavírus. A declaração foi feita em entrevista ao programa Bom Dia da Rádio Guaíba, na manhã desta quarta-feira (12).

“Diretamente, o comércio com a China não vai ser afetado. Não interrompemos o comércio, não tem perigo nenhuma de transmissão de coronavírus, é só de pessoa para pessoa, mercadorias não tem problemas”, comentou. O ministro ainda salientou que há uma tendência de desaceleração global por causa do vírus, interrompendo o fluxo de pessoas, e nesse sentido que um impacto deve acontecer.

O coronavírus já causou a morte de 1.110 pessoas na China, depois que as autoridades da província de Hubei, onde a epidemia surgiu, informaram mais 94 óbitos nesta quarta-feira (noite de terça, no Brasil). O boletim diário também reportou mais 1.638 casos de contágio. Com isso, o número total de pessoas infectadas em todo o país já supera 44,2 mil.

Estados Unidos

Sobre a possível reeleição do presidente Donald Trump nos Estados Unidos, Ernesto Araújo saudou a relação do Brasil com os norte-americanos e salientou a afinidade de visão dos dois governos.

“Evidente que temos uma afinidade grande com a visão do Presidente Trump, isso tem nos permitido desenhar uma nova relação com os Estados Unidos que estamos construindo passo a passo e já está sendo muito boa. Isso, com a continuidade do Trump, será cada vez mais de dividendos para nós. Realmente esperamos que exista essa reeleição e nos permita algo muito bom para o Brasil”, destaca.

Em relação à retirada do Brasil da lista de países em desenvolvimento por parte dos Estados Unidos, Araújo não mostrou preocupação. Segundo o ministro, o Governo ainda está analisando os impactos específicos da medida. “Queremos começar negociações comerciais que nos darão oportunidades muito maiores”.

Venezuela e Chile

O ministro também comentou sobre as relações com os países vizinhos e fez críticas ao governo da Venezuela. Segundo ele, embora Nicolás Maduro faça de tudo para se manter no poder, há contínuas tratativas para ”virar essa situação”. Segundo Araújo, há esperança de que aconteça o mesmo que houve na Bolívia. “Na Bolívia, o que tivemos de diferente foi o posicionamento das Forças Armadas a favor da Democracia. Na Venezuela, as Forças Armadas estão degradadas na ideologia chavista e madurista”.

Em relação à onda de protestos no Chile, o ministro salientou a relação dos dois países e a parceria do Chile em prol da democracia.

“Somos muito próximos, não só no relacionamento bilateral, mas na nossa concepção de democracia na América do Sul e o Chile tem sido um parceiro essencial. Eles seguem sendo um parceiro vital, estão enfrentando esse problema interno, estamos olhando com grande atenção, mas parece que faz parte de uma onda de contestação ao regime democrático. Esperamos que isso esteja sob controle e o Chile siga tão ativo na defesa da democracia e princípios que também são nossos”.