Dólar fecha em R$ 4,3510 e volta a bater cotação recorde

Moeda brasileira já é, em 2020, uma das divisas com pior desempenho no mercado internacional

O dólar fechou a quarta-feira batendo mais um recorde nominal, cotado a R$ 4,3510. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, o real já é, em 2020, uma das divisas com pior desempenho no mercado internacional, atrás somente da lira turca. No mês, a moeda americana registra alta de 1,53% e, no ano, de 8,42%.

Foi o segundo dia seguido de valorização da divisa, que operou em alta durante toda a sessão. Durante a manhã, a cotação ficou próxima da estabilidade, mas subiu no início da tarde.

O Banco Central (BC) não tomou novas medidas para segurar a cotação. Hoje, a autoridade monetária leiloou US$ 650 milhões para rolar (renovar) contratos de swap cambial – que equivalem à venda de dólares no mercado futuro – com vencimento em abril. O leilão é parte da rolagem de US$ 13 bilhões de swap com vencimento previsto para daqui a dois meses.

No mercado de ações, o dia foi marcado pela recuperação. Pela segunda sessão seguida, o índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), que anteontem tinha fechado no menor nível em quase dois meses, subiu. O indicador encerrou a quarta-feira aos 116.674 pontos, com alta de 1,13%.

Entre os fatores domésticos que vêm provocado a valorização do dólar, está a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos restringem a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima.

O dólar intensificou a alta depois de divulgação, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de que as vendas no varejo caíram 0,1% em dezembro na comparação com novembro, mas fecharam 2019 com crescimento de 1,8%. O desempenho do comércio abaixo do esperado abre espaço para novas reduções de juros pelo Copom.

Na China, o receio de que o surto de coronavírus traga impactos para a segunda maior economia do planeta começou a se suavizar. O anúncio de um caso de cura em paciente britânico ontem animou as bolsas de valores em todo o planeta, por causa da perspectiva de que o impacto sobre a economia global seja menor que o esperado.